Por Ana Carolina Moreno, Patrícia Figueiredo e Rikardy Tooge, G1
O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019 não teve questões que possam ser consideradas “polêmicas” ou “ideológicas”, mas professores de cursinhos ouvidos pelo G1 destacaram que as questões de história acabaram sendo mais fáceis que no ano passado.
Alguns deles também disseram que temas bastante comuns, como Era Vargas e Ditadura Militar no Brasil, ficaram de fora do exame, e que a prova privilegiou temas atuais, como literatura contemporânea e assuntos ligados à tecnologia e às redes sociais.
De acordo com os professores, o nível de facilidade das questões de história – que representam um terço da prova de ciências humanas – se deve ao alto número de questões consideradas pouco conteudistas, ou seja, que poderiam ser resolvidas apenas com a interpretação dos textos, enunciados e alternativas.
O problema, segundo eles, é que o aumento de questões fáceis também aumenta a pressão para que os candidatos acertem as alternativas delas. Isso porque, pela metodologia do Enem, a Teoria de Resposta ao Item (TRI) avalia o percurso do estudante em todas as 45 questões da prova, e pode não conceder a pontuação máxima de uma questão difícil certa caso haja erros em questões mais fáceis.
“Foram mantidas estruturas, como quadrinhos, figuras, tabelas e uma abordagem mais interpretativa na filosofia e na sociologia.”
Alexandre Antonello, coordenador pedagógico do Sistema de Ensino CPV, afirmou que, “somando tudo [provas de redação, ciências humanas e linguagens], faltou tempo, ou o mesmo ficou no limite, pela exigência das duas provas na parte de leitura e na cobrança dos assuntos”.