Por: Renata Bezerra de Melo Folha Política
Um detalhe comum é citado por boa parte dos que com ele conviviam: era adepto da maneira artesanal de apurar. Inaldo Sampaio era inseparável de seu caderno. Nada de gravador digital ou WhatsApp, era um jornalista à moda antiga, de privilegiada memória, lembra uma ala de amigos. Outra recorda o seguinte: naquela época sem Google, ele cuidava de fazer o seu próprio arquivo de consultas – uma papelada sem fim. Carregado de marcas nítidas do tempo em que o jornalismo era mais romântico, o adeus a Inaldo, dado na última segunda-feira, deixa um lacuna no jornalismo, sobretudo no de Pernambuco.
No Estado, ele assinou colunas no Jornal do Commercio por mais de 20 anos, nesta Folha de Pernambuco e no Diario de Pernambuco. Sempre gentil no trato, tinha notório mapeamento da política no interior do Estado. Não à toa era uma espécie de embaixador, no Recife, dos amigos do interior. Formou estes conhecimentos através de várias amizades e, sempre procurado pelos que precisavam de intermédio na Capital, nunca se furtava a ajudar. Nas sessões do TCE, onde atuava no setor de comunicação social há 27 anos, cuidava de anotar a síntese do que mais importante tinha sido debatido. Mas, além do dom da pena, carregava ainda o dom da música. Nas palavras do irmão mais velho, Ivanildo Sampaio: “Quando ele chegava em São José do Egito (cidade natal) juntava os amigos para tocar saxofone. Era uma pessoa muito amiga, sempre, sempre!”. Fica a homenagem ao jornalista Inaldo Sampaio, ainda em tempo de recordar e de se inspirar nas linhas por ele escritas.