Na tarde desta quinta-feira (19), parlamentares, militantes de partidos de esquerda, de movimentos sociais e sindicais declararam apoio à luta pela liberdade da advogada e ativista Luísa Hanune, presa desde 9 de maio em um processo arbitrário e ilegal, por ordem de um Tribunal Militar da cidade de Blida, norte da Argélia. Na entrevista coletiva de imprensa, convocada pela deputada estadual Teresa Leitão (PT) e pelo dirigente do PT de Pernambuco, Edmilson Menezes, foi possível denunciar para os presentes o atual estado de perseguição política à Luísa e a outros militantes de esquerda no país.
Hanune é secretária-geral do Partido dos Trabalhadores da Argélia, ex-deputada federal e ex-candidata à presidência da República. Uma influente personagem política no país norte-africano que vive uma situação revolucionária, com manifestações de massas. “São milhões que ocupam as ruas da Argélia todas as sextas-feiras há seis meses”, explicou Edmilson. A defesa da pauta democrática, da soberania nacional e do combate à pobreza, estão por trás da repressão sofrida por Hanune.
No próximo dia 23 de setembro haverá um juri contra Luísa e outros militantes políticos, o que fez com que a campanha internacional pela sua liberdade aumentasse. “A população quer um novo regime, querem novas leis eleitorais”, explicou Edmilson.
O ex-deputada Fernando Ferro e o ex-vereador do Recife Jurandir Liberal foram convidados a fazer um relato pessoal sobre as experiências que os dois tiveram pessoalmente com Hanune. Edmilson também anunciou que a bancada do PT na Câmara dos Deputados está organizando uma visita à Luísa em sua prisão na Argélia e que vai questionar o governo sobre a legalidade do processo contra ela.
Estiveram na entrevista coletiva Júnior Afro (Setoria de Cultura do PT), Raissa Rabelo (Secretaria de Mulheres do PT), Tereza Souza (Fetraf/NE), Eleonora Pereira (Coletivo de Mulheres Defensoras dos Direitos Humanos), Igor Lima representando a deputada federal Marília Arraes (PT) e George Menezes representando o deputado estadual João Paulo Lima e Silva (PCdoB).
HISTÓRIA:
Louisa Hanoune nasceu em uma família pobre numa aldeia das montanhas da região de Jijel, em 1954, no início da luta de libertação nacional da Argélia. Foi a primeira filha de sua família a estudar. Fez estudos jurídicos e trabalhou como advogada. É co-fundadora do Partido dos Trabalhadoes da Argélia.