Piloto de motovelocidade, árbitra, cientista, professoras, estudantes e governadora em exercício. Essas foram as personagens principais de uma roda de conversa sobre empoderamento feminino que ocorreu na tarde desta quarta-feira (25.09), no Salão das Bandeiras do Palácio do Campo das Princesas. Luciana Santos recebeu a visita de representantes dos Núcleos de Gênero das escolas estaduais, que já somam 226 em Pernambuco, promovendo escuta e formação em busca de uma sociedade melhor. Na contramão do retrocesso nacional, o Estado é o único da Federação a possuir essa política nas escolas. Na discussão, temas como preconceito, conquistas na legislação, inversão de valores e até o parâmetro atual de felicidade da mulher.
“É uma maneira de valorizarmos um esforço que tem grande impacto na qualidade de vida das pessoas, porque o machismo é uma cultura muito perversa que causa sofrimento, depressão, violência e que mata. Então, precisamos fazer com que as pessoas adquiram a consciência desse fenômeno da opressão e da desigualdade que existe entre homens e mulheres”, afirmou Luciana Santos, ratificando sua fala com dados alarmantes. Segundo ela, 70% dos assassinatos de mulheres são motivados pelo machismo. “Precisamos dar visibilidade para que as pessoas assumam esse debate e reflitam sobre isso”, finalizou.
A secretária executiva da Mulher de Pernambuco, Ana Callou, participou da mesa de debates, defendendo a atitude do atual governo, que sempre optou pela permanência da pasta em seu organograma. “Nós somos o Estado que nunca abriu mão depois da implantação da Secretaria da Mulher. O ex-governador Eduardo Campos implantou e o governador Paulo Câmara, com a nossa vice-governadora, só tem fortalecido a nossa secretaria, o que é fundamental. Fizemos 182 conferências municipais recentemente. Isso é um dado importante de mobilização, escuta da sociedade, discussão e troca. Esse lugar de empoderamento e de qualificação é um lugar que Pernambuco ocupa com muita maestria”, apontou.
Convidada para o debate, a piloto de motovelocidade Akyare Thaygla disse já ter sofrido muito preconceito por ser uma mulher, nordestina, trabalhando em um ambiente predominantemente masculino no Sul e Sudeste do País. No entanto, ela valorizou o momento de conversa e encorajou as mulheres. “A discussão aqui é importantíssima. Se eu tivesse ido pela pressão dos outros, eu nunca nem tinha subido numa moto. Dizem que moto é perigoso, mas você pode cair lavando um prato ou limpando uma janela. Tem que perder o medo mesmo, se é isso que você quer fazer e se é o que você gosta”, argumentou a piloto.
Também estiveram presentes Maria Medeiros, representando a Secretaria de Educação e Esportes, Mayara Bernardo Silva, do Coletivo Mulher e Ciência, Priscila Fernandes, árbitra assistente da Federação Pernambucana de Futebol, Melissa Giovanna Phietra, do Projeto Empodera e estudantes de nove escolas estaduais.