Conhecido como um dos principais propulsores da economia, uma parcela do setor da construção civil e do mercado imobiliário tem reagido com preocupação diante da incerteza da realização de uma reforma tributária e das possíveis mudanças no regime de incentivos do Governo Federal, enquanto a outra tem um olhar mais positivo sobre a simplificação de impostos e tributos. Duas propostas da reforma tributária já tramitam no Congresso, uma no Senado e outra na Câmara Federal e o governo ainda pretende apresentar o próprio pacote de reformas em breve.
O especialista no setor imobiliário Rafael Scodelario revela o motivo pelo qual o setor está reagindo desta forma às possíveis reformas: “O maior impacto é, com certeza, na confiança de quem procura fazer negócio, seja para moradia ou investimento. O crescimento aconteceu no setor, mas poderia ser melhor se já tivessem aprovado, ou engatilhado, a reforma tributária com previsão para a reforma política. A expectativa é de crescimento, mas precisam acontecer as reformas, para ajudar na retomada dos investimentos”, revela.
Scodelario acredita que haverão benefícios proporcionados pela Reforma Tributária e aponta que o mercado e os bancos ligados ao crédito imobiliário tem procurado se mover na direção da redução de juros para estimular o setor: “como todos sabem, a caixa anunciou uma nova linha de crédito imobiliário corrigida pelo IPCA, e logo outros bancos seguiram essa linha de redução. São ações importantes e que incentivam o mercado. Mas se não acontecerem as reformas prevista, tributária e política, vamos continuar nesse cenário previsto de um pouco mais de 1% de crescimento da economia, conforme o governo anunciou”.
Apesar da aparente desmotivação do mercado em relação às reformas, o especialista aponta que ainda é possível acontecer, ainda mais, uma retomada de crescimento em 2019: “caso ocorram as reformas, a confiança dos investidores e do consumidor final aumentarão e consequentemente ocorrerá um aumento na procura por imóveis, principalmente porque temos uma demanda retraída de pelo menos 4 anos com o número de negócios reduzidos. Vejo que o mercado imobiliário está esperando mais uma injeção de ânimo do governo com as reformas para aquecer ainda mais”.