Por Carolina Dantas, G1
Ricardo Magnus Osório Galvão, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), disse em entrevista ao G1 que indicou cinco nomes ao ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, logo após receber a notícia de sua exoneração nesta sexta-feira (2). Ele disse que o ministro se comprometeu a “não interferir na linha de trabalho” do instituto.
Galvão lembrou que tinha um mandato de quatro anos, mas que, apesar isso, o regimento prevê que o ministro pode substituí-lo “em uma situação de perda de confiança”.
O órgão que Galvão comandava foi acusado pelo presidente Jair Bolsonaro de mentir sobre os dados do desmatamento e agir a “serviço de alguma ONG”. Galvão rebateu as acusações e criticou falas e comportamento de Bolsonaro.
Galvão não quis informar os nomes indicados para preservar a escolha do ministro. Segundo ele, assume de forma interina o pesquisador Petronio Noronha De Souza, até a decisão final de Pontes.
O diretor recebeu a notícia da própria exoneração em reunião na manhã desta sexta-feira (2). No início da tarde, Pontes elogiou Galvão. “Agradeço, pela dedicação e empenho do Ricardo Galvão à frente do Inpe. Tenho certeza que sua dedicação deixa um grande legado para a instituição e para o país”, escreveu o ministro.
Mais cedo, no pronunciamento em que anunciou sua própria demissão, Ricardo Galvão afirmou que não teve de “defender” os dados sobre desmatamento para o ministro.