O OUTRO LIVRO
Os economistas brasileiros que defendem a corrente de liberalismo econômico, de dentro e de fora do governo, amantes de economia de mercado e da entrega das riquezas nacionais para investidores dos países centrais poderiam, entre uma maldade e outra, dar uma lida em outro livro que escreveu Adm Smith.
O criador da escola clássica e pai do liberalismo antes de publicar sua grande obra “A riqueza das nações” em 1776 publicou em 1759 o livro “Teoria dos sentimentos morais”, esta obra é ignorada pela esmagadora
maioria dos liberais. Sugiro que leiam pelo menos o que escreveu o pesquisador Russ Roberts, na releitura que fez do primeiro livro do “pai da economia”, em uma publicação cujo sugestivo título é “Como Adm Smith pode mudar a sua vida”.
Os nossos leitores e nossas leitoras podem indagar os motivos que me levam a sugerir a leitura do livro de estréia de Smith. A resposta é que em referido livro o filósofo moral escocês indica que na prática da “economia
comportamental” devem ser fazer presentes três variáveis que os liberais detestam: A prudência, a justiça e a beneficência.
Sem muito esforço podemos detectar que nossos liberais da economia em suas entrevistas, em suas ações e nas suas pregações cotidianas jamais inserem prudência, justiça e beneficência. Da mesma forma é muito fácil identificar prepotência, arrogância e autoritarismo.
Descrevo a seguir o que pensa Smith sobre o trio acima: Para ele prudência corresponde a “não agir de maneira inconsequente, cuidado sensato e judicioso”; justiça significa “não ferir os outros” e beneficência é igual a “ser bom com o próximo”. Ao ampliarmos tais pensamentos vamos encontrar os motivos pelos quais os liberais ignoram “Teoria dos sentimentos morais”, para eles as pessoas não existem e quando existem estão em último plano. Mesmo assim insisto na indicação de leitura.
Por: Ademar Rafael
