Adolescentes da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) estão sendo beneficiados por uma parceria firmada com a Faculdade de Odontologia do Recife (FOR). Todas as quartas-feiras, a instituição de ensino, que fica no bairro de Santo Amaro, está disponibilizando cinco vagas para atendimentos odontológicos voltados aos socioeducandos. O acompanhamento é feito por alunos da FOR, com supervisão dos professores. Os pacientes são do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Pirapama, no Cabo de Santo Agostinho, e do Case Santa Luzia, no Recife, voltado ao público feminino. A ideia é que, em breve, jovens de mais unidades da Funase também sejam contemplados pela iniciativa, que foi formalizada por meio de um termo de cooperação técnica.
Na primeira consulta, os adolescentes passam por uma adequação do meio bucal, sendo submetidos a procedimentos como remoção de tártaro e aplicação de flúor. Se forem identificadas outras necessidades, como de canal da raiz dentária ou mesmo de extração, a FOR elabora um tratamento para os pacientes. A vaga é preenchida por outro socioeducando quando o tratamento de algum que já participa dos atendimentos semanais é concluído. Até o ano passado, antes da formalização da parceria, a faculdade já havia desenvolvido uma experiência de atendimento a socioeducandos do Case Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
“Desde o primeiro período, nossos alunos são orientados a se envolverem com o social, participando de ações de acompanhamento, orientação e escovação, por exemplo. Prezamos por uma formação que leve em conta o ponto de vista cidadão. Por isso, está sendo gratificante fazer esses atendimentos aos socioeducandos da Funase e, em especial, às socioeducandas, que têm vindo em maior número. Sabemos que alguns desses jovens nunca tinham ido ao dentista antes. Estamos fazendo para o próximo aquilo que gostaríamos que fizessem com a gente”, valoriza o coordenador de Extensão da FOR, Rodolfo Scavuzzi.
A coordenadora técnica do Case Santa Luzia, Jailda Castro, ressalta que, por adotar o princípio da incompletude institucional, a Funase busca parcerias com uma rede de órgãos e serviços para assegurar a assistência necessária ao público atendido. “No caso do atendimento odontológico, não é diferente. É uma grande necessidade das nossas meninas, que, por conta da situação de vulnerabilidade social, muitas vezes, não puderam dispor de acompanhamento nessa área antes de chegarem à Funase. É por isso que a parceria com a FOR tem se mostrado muito importante para nós, como instituição, e, sobretudo, para as adolescentes”, diz.
A FOR é mantida pela Fundação Odontológica Presidente Castello Branco (FOPCB), fundada há 47 anos. A faculdade, que não tem fins lucrativos, conta com 35 professores, 130 alunos e tem as ações de responsabilidade social como uma de suas marcas ao longo de seus 17 anos de existência. Em outros municípios onde a Funase tem unidades, o atendimento odontológico também é assegurado aos socioeducandos por meio da rede básica de saúde do entorno ou com a presença de profissionais das prefeituras.
