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Crônica de Ademar Rafael

BERNARDO JUCÁ NETO

Este texto é o segundo de uma trilogia adaptada da crônica “Pessoas do meu sertão XVII”, publicada no site www.afogadosdaingazeira.com sobre Clóvis de Dóia, Jucá Neto e Paulo Rato.

JUCÁ NETO, filho de São José do Egito, exímio contador de “estórias” que sabia fazer ironia de tudo, conseguia não perder a piada nem o amigo. Seu repertório era vasto, criava igual aos cantadores de sua terra.

Jogando futebol era do tipo jogador chato, perseguia o gol como ninguém. Fez partidas brilhantes na quadra do famoso Ginásio de Seu Jucá, em sua terra natal e pelos campos de pelada da região do Pajeú.

Trabalhou e constituiu família em Afogados. Ao lado de Elias Mariano e de Beto Fuscão, fez muita gente rir nos bares de Nem, Djalma, Grilinho, no Clube Campestre Afogadense e na AABB.

Entre suas “estórias” prediletas contava que certa vez um pintor da terra dos cantadores, ao terminar a pintura da casa dos Jucás, a pedido de sua avó, pintou um retrato de seu avô com a sobra das tintas. Segundo Jucá Neto o retrato ficou tão perfeito que os netos ao ingressar na sala davam a benção, pois viam ali a presença viva do velho Jucá.

Recentemente Beto Fuscão contou-me que certa vez disse: – Jucá estou precisando urgente consegui um Gol, você sabe alguém que tem? O egipsiense imediatamente disse: – Tem uma pessoa que pode resolver o seu problema. Beto inocentemente perguntou: – Quem? Aí Jucá sapecou:  Pelé, ele tem mais de mil não acho que criará dificuldade para lhe ceder
um.

Assim era Jucá Neto, não perdoava em seus “parças”, morreu levando muita alegria no coração, deixando muitas saudades com os inúmeros amigos que cultivou, amizades estas irrigadas com muitas piadas.

Por: Ademar Rafael


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