Separação dos pais: O que meu filho sente pode ser ansiedade?
Já conversamos aqui, em outro momento, sobre o que é ansiedade. Ainda assim senti a necessidade de falar sobre essa temática de modo mais específico, a ansiedade na infância e adolescência, pois essa temática tem sido recorrente na clínica e em dúvidas que me enviam nas redes sociais.
Os transtornos de ansiedade estão entre os transtornos mentais mais presentes em crianças e adolescentes e são capazes de gerar prejuízos no seu funcionamento normal. Temos inúmeras classificações dentro dos transtornos de ansiedade de acordo com o DSM-V. Algumas delas são: o ataque de pânico, as fobias, o transtorno obsessivo-compulsivo, entre outras. Tanto a criança como o adolescente podem receber qualquer um desses diagnósticos, porém o Transtorno de ansiedade de separação é um dos mais importantes nessa fase da vida. E hoje nos vamos falar brevemente sobre ele.
De acordo com a Associação Americana de Psicologia (APA) o transtorno de ansiedade de separação pode afetar as atividades do dia a dia e o desenvolvimento da criança ou adolescente e ocorre quando há a separação real ou imaginária de um ente querido.
Mas como identificar que meu filho apresenta esse transtorno de ansiedade?
Nas crianças você pode perceber, após uma situação de separação de um familiar (normalmente a separação dos pais), choro mais frequente, a criança apresenta falas de insatisfação em relação a separação, agarra-se aos pais ou até chama pelo nome dos pais após eles partirem. Fisicamente pode ocorrer, dor abdominal, dificuldade em dormir, vômito, dor de cabeça, desmaios, etc.
Se seu filho ou filha está passando por um momento de separação entre familiares queridos, é importante ficar atento à presença de pelo menos três desses sintomas, durante as ultimas quatro semanas.
Existem algumas características genéticas, psicológicas e ambientais que podem contribuir para que a criança ou o adolescente desenvolva o transtorno de ansiedade. Por exemplo, os filhos de pais ansiosos tem mais chances de desenvolver um transtorno de ansiedade, outros aspectos que podem contribuir são, a ausência de afeto/ calor emocional dentro do âmbito familiar, a falta de estímulo para o desenvolvimento da autonomia, etc.
Janaína Maria G. Fonsêca Tolêdo. Graduada em Psicologia. Pós-graduada em Saúde Pública, Saúde Mental e Dependência Química. Foi Residente do Programa Multiprofissional de Saúde Mental do IMIP. Terapeuta em EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing). Título de Especialista em Psicologia Clínica pelo CRP/PE. Instagram: @jana.psi.
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