Incomodada com os ataques disparados pelo ideólogo Olavo de Carvalho, a cúpula militar receberá nesta terça-feira (7) o presidente Jair Bolsonaro para um almoço no Quartel General do Exército, em Brasília.
Segundo interlocutores de militares, eles querem ouvir diretamente do presidente da República sua posição sobre a crise gerada pelas críticas classificadas de “desrespeitosas” feitas pelo ideólogo.
Estarão presentes no almoço o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os comandantes do Exército, general Edson Pujol, da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Antonio Carlos Bermudez, além de outros oficiais.
Será uma reunião totalmente fechada, na qual a expectativa é de uma conversa franca, para colocar um ponto final no clima de guerra dentro do governo entre as alas militar e olavista.
A mensagem publicada nesta terça pelo presidente da República não agradou totalmente os militares. Apesar de ele encerrar o texto pedindo para que todos considerem a crise como “página virada” e afirmando que deve sua formação e admiração aos militares, Bolsonaro dedica a maior parte de sua mensagem a fazer elogios e destacar a importância de Olavo de Carvalho para sua eleição. Para interlocutores de militares, o presidente parece mostrar que pende mais para o lado do ideólogo.
Segundo assessores de ministros militares, a cúpula militar deseja superar o embate, mas acredita que é preciso que o presidente da República sinalize para Olavo de Carvalho que suas críticas estão prejudicando o governo.
A avaliação é que o governo está perdendo muito tempo e energia com crises laterais, que servem mais para dividir do que unir o país, num momento em que todos os esforços deveriam estar concentrados na recuperação da economia.