A deputada estadual Priscila Krause (DEM) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco na manhã desta quarta-feira (17) para repercutir a publicação, no Diário Oficial do Recife, do 11º termo aditivo ao contrato da obra de reforma e ampliação do Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães. O documento aponta para o oitavo adiamento da conclusão dos serviços, agora marcados para 29 de agosto deste ano, além de registrar a terceira elevação do orçamento da obra, que recebeu – neste mais recente aditivo – incremento de R$ 1,2 milhão, somando R$ 52,74 milhões. A obra foi inicialmente orçada em R$ 34,24 milhões.
De acordo com a parlamentar, chama atenção a “ineficiência, incapacidade e ingerência” da atual administração do município, visto que o prefeito Geraldo Julio (PSB) iniciou sua primeira gestão, ainda em 2013, já com o projeto pronto, confeccionado pelo governo anterior, do ex-prefeito João da Costa (PT). O início das obras do Geraldão em 2013 representou, na época, um dos principais atos do início dessa administração. Nesses cinco anos de atraso na devolução do equipamento à comunidade, dos R$ 29,7 milhões já pagos à empresa responsável, R$ 20,0 milhões foram originados de repasse do governo federal.
“Atualmente nós temos uma obra que dispendeu quase trinta milhões, sendo vinte milhões repassados do governo federal. A parte que cabe ao próprio município, nesses seis anos de obra, não chegou a dez milhões. É um demonstrativo que evidencia a grande distância entre o discurso e a realidade”, registrou.
A deputada também demonstrou preocupação quanto à divergência entre a execução física e a execução financeira da obra, visto que – conforme o último aditivo – faltam quatro meses para a conclusão dos serviços ao tempo que, do ponto de vista de pagamentos, ainda restam cerca de R$ 23 milhões para alcançar ao valor total contratado. “A Prefeitura cita que os serviços já vão em quase noventa por cento de conclusão enquanto do ponto de vista financeiro temos uma execução de pouco mais de cinquenta e cinco por cento. Essa defasagem precisa ser explicada e, mais importante, solucionada”.
Alvo de uma auditoria especial no Tribunal de Contas do Estado, a obra de reforma e ampliação do Geraldão inclui recuperação da estrutura física, readequação da quadra aos padrões internacionais, climatização, novas cadeiras e melhorias na iluminação, no sistema elétrico e hidráulico. “É uma obra que cumpre um papel social, ao promover o desporto e a cidadania, bem como pode nos colocar de volta no circuito de eventos esportivos e de entretenimento, que buscam um espaço como o Geraldão. As oportunidades passadas não podemos reconquistar, é um ônus que cabe à gestão, mas precisamos evitar que os efeitos sejam ainda mais postergados. É uma situação que envergonha principalmente pra quem se denomina como capital do Nordeste”, colocou.