G1 — Brasília
O presidente Jair Bolsonaro embarcou na manhã deste domingo (14) para os Estados Unidos. O encontro entre Bolsonaro e o presidente americano Donald Trump está previsto para a próxima terça-feira (19), na Casa Branca, em Washington.
Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada às 7h10 e decolou às 7h59 da Base Aérea de Brasília. A chegada a Washington está prevista para às 16h deste domingo. Bolsonaro volta ao Brasil na noite de terça. Entre os ministros que o acompanham estão Paulo Guedes (Economia) e Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública).
O presidente Jair Bolsonaro durante transmissão de cargo para o vice-presidente, Hamilton Mourão, na manhã deste domingo (17)
O presidente ficará hospedado na Blair House, residência utilizada pelo governo norte-americano para receber chefes de Estado em visitas oficiais.
A viagem ocorre em um momento no qual o governo brasileiro diz que deseja se aproximar dos EUA, segundo maior parceiro comercial, atrás somente da China.
Agenda
A agenda de Bolsonaro em Washington prevê encontros com:
“formadores de opinião”;
empresários;
Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA);
Donald Trump.
O encontro com Trump será privado, segundo o governo brasileiro, com a presença apenas de um tradutor.
Depois, os dois presidentes farão uma declaração à imprensa na Casa Branca e, ainda na terça, Bolsonaro fará uma visita ao Cemitério Nacional de Arlington, com passagem pelo Túmulo do Soldado Desconhecido. Veja mais detalhes do cronograma previsto no final da reportagem.
Bolsonaro e Trump terão a primeira reunião bilateral como presidentes dos dois países. Os dois conversaram por telefone no ano passado, após a vitória de Bolsonaro na eleição. Na oportunidade, Trump informou que desejava trabalhar com o presidente brasileiro nas áreas militar e de comércio.
O Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, disse em entrevista exclusiva à GloboNews que acredita que Bolsonaro e Trump ‘vão se dar muito bem’ e ‘que eles têm muito em comum para conversar’.
Bolton: encontro de Trump com Bolsonaro é oportunidade histórica na relação com o Brasil
Acordos
Bolsonaro informou na semana passada que três acordos poderão ser assinados durante a viagem. Um dos atos é um acordo de salvaguardas tecnológicas (AST), que permitirá o uso comercial da base de lançamento de Alcântara (MA).
O acordo é negociado desde 2000, chegou a ser assinado, porém foi rejeitado pelo Congresso brasileiro. O compromisso tem cláusulas que protegem a tecnologia usada pelos dois países.
O acordo prevê que os Estados Unidos poderão lançar satélites, foguetes e mísseis da base maranhense, mas o território continuará sob jurisdição brasileira.
Bolsonaro defendeu a medida em um pronunciamento ao vivo em uma rede social. Segundo o presidente, o Brasil está “perdendo dinheiro” há muito tempo por não explorar a base de forma comercial.
Venezuela
A crise na Venezuela também deverá ser tratada na visita de Bolsonaro. Brasil e EUA estão entre os países que não reconhecem a legitimidade de Nicolás Maduro e consideram o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Trump já afirmou que enviar militares para o país sul-americano “certamente é uma opção”. O governo brasileiro, contudo, tem dito que não participaria de uma intervenção na Venezuela. A fronteira com o país, em Roraima, está fechada há mais de três semanas por ordem de Maduro.
Vistos
De acordo com o jornal “O Globo”, Bolsonaro deve anunciar o fim da exigência de visto para turistas dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália que visitarem o Brasil. A Presidência ainda não confirma oficialmente a medida.
O Ministério do Turismo é favorável ao fim da exigência e preparou a minuta do decreto da medida. Cidadãos dos quatro países já conseguem tirar um visto eletrônico para entrar o no Brasil.
Cronograma do encontro
Domingo: o porta-voz informou que Bolsonaro e sua comitiva têm previsão de decolar de Brasília rumo a Washington às 8h. O voo deve durar nove horas. Já nos EUA, haverá um jantar na residência do embaixador do Brasil em Washington com “formadores de opinião”.
Segunda-feira: ministros brasileiros participarão de um debate sobre investimentos, realizado na Chamber of Commerce. Haverá uma audiência com Henry Paulson, ex-secretário do Tesouro dos EUA, além das assinaturas de acordos entre os dois países.
Parte da comitiva participará de um painel chamado “Bolsonaro e Trump, novo começo das relações de Brasil e EUA”. Também há previsão de um painel sobre o futuro da economia brasileira e de um jantar oferecido pelo conselho empresarial Brasil-EUA.
Terça-feira: pela manhã Bolsonaro terá um encontro com Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), na Blair House. Após, Bolsonaro será recebido por Trump na Casa Branca, onde os dois terão um “encontro privado”, com a presença apenas de tradutor.
A agenda na Casa Branca ainda prevê um almoço de trabalho e reunião, seguida de uma declaração à imprensa dos presidentes. Bolsonaro também fará uma visita ao Cemitério Nacional de Arlington e irá ao “túmulo do solado desconhecido”.
Ainda na terça, Bolsonaro terá uma reunião com lideranças religiosas na Blair House, seguida de um jantar de trabalho. O retorno em Brasília será ainda na terça.