Por: Janaína Fonsêca – Psicóloga Clínica
Mayhara Pires – Nutricionista Coaching Clínica Esportiva
Os transtornos alimentares são perturbações no comportamento alimentar e estão associados à aspectos biológicos, psicológicos, familiares e aos padrões de beleza impostos pela sociedade. O desenvolvimento de transtornos alimentares ocorre devido a problemas de insatisfação com a imagem corporal, sendo considerados de acordo com o DSM V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – V) a anorexia nervosa, a bulimia nervosa, transtorno da compulsão alimentar periódica, distorção de imagem e outros transtornos da alimentação, como a Obesidade.
A busca exagerada da idealização do “corpo perfeito”, como padrão de beleza, causa danos e desequilíbrios emocionais, podendo gerar quadros de ansiedade, angustias e sentimento de culpa pelo comer compulsivo, refletindo na sua autoimagem. O indivíduo compensa suas emoções e sentimentos nos alimentos, seja para o ganho do peso ou efetivamente magreza. Contudo, a valorização da magreza surge como insatisfação e distorção da imagem, principalmente para as meninas, que sofrem maior cobrança social. Essa insatisfação pode afetar o seu comportamento alimentar, sua auto-estima, desempenhos psicológicos, físicos e sociais.
A obesidade, outro fator de causa patológica, genética, sócio-cultural e ambiental, devido aos hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, queixas somáticas, psíquicas, físicas por vezes inexplicáveis e sintomas genéricos como humor depressivo, tristeza, impaciência, irritação, inquietação, além da alteração do sono e do apetite, expõem o indivíduo a fatores de risco como doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e transtornos da Ansiedade e Compulsão Alimentar.
Transtornos estes, caracterizados pela preocupação exagerada com o peso e a insatisfação constante com a forma corporal o que favorece a busca pelas dietas restritas e inapropriadas com o objetivo de alcançar o corpo ideal, além da purgação como modo de compensar a ingestão de calorias.
Frequentemente os transtornos alimentares estão associados à quadros de depressão, ansiedade, abuso de substâncias psicoativas, sentimentos de autodesprezo, incapacidade e culpa. Por esse motivo o tratamento do paciente deve envolver uma equipe interprofissional, sendo a parceria entre psicólogo e nutricionista.
Nestes casos, cabe ao nutricionista a normalização nutricional, o monitoramento do peso do paciente e a recuperação dos padrões normais do comer, diferenciando o tipo da fome fisiológica e a fome emocional, traçando metas tangíveis e estratégias nutricionais de acordo com o objetivo e individualidade do paciente. Já o psicólogo auxiliará na adesão ao tratamento e adaptação ao planejamento alimentar, na relação do paciente com a comida, compreensão das emoções e o modo como elas estão relacionadas com a sua alimentação, melhorando a autoestima, autoimagem e diminuição da ansiedade. O diálogo entre esses profissionais deve ser constante e as intervenções devem acontecer concomitantemente. Dependendo do caso haverá, ainda, a necessidade de inclusão de outros profissionais como médicos e educadores físicos, por exemplo.
Por fim, frisamos que o olhar humanizado, integral e singular potencializa o resultado e favorece a promoção e prevenção da saúde do sujeito e sua família. Contudo, o tratamento necessita ser integral para que o cuidado seja realmente efetivo. Isso é fundamental no tratamento da obesidade e demais transtornos alimentares, pois relaciona diretamente hábitos de vida, estado emocional e nível de estresse, dependendo de uma transformação do indivíduo e de sua forma de viver para que se alcance a resposta desejada.
Por: Janaína Fonsêca – Psicóloga Clínica
Mayhara Pires – Nutricionista Coaching Clínica Esportiva