Filhos
Por: Milton Oliveira
Faz parte da vida de qualquer pessoa planejar seus caminhos e procurar atingir metas, as mais diversas possíveis, tudo vai depender da situação ou da ocasião.
É muito comum ver um jovem ter dificuldade na escolha da profissão a seguir, mesmo assim ele se preocupa com o vestibular (ou com o ENEM, nos dias atais). Talvez seja essa a primeira meta de algumas pessoas. Outras têm pretensões maiores; desejam ficar ricas, conhecer outros países, possuir carros luxuosos e caros. Há quem se contente com um bom emprego, com a casa própria, e direcionam a vida nesse sentido. Alguns mais simplórios se conformam em ganhar o suficiente para pagar as contas no final do mês. E os mais descomprometidos com a vida querem chegar ao barzinho e encontrar os amigos para uma boa rodada de cerveja no final de semana, uma paquera, uma balada, e amanhã é outro dia.
Boa parcela, porém, deseja ter filhos. É uma meta sagrada. Perseguem-na com carinho e devoção, às vezes com lágrimas também. E quanto têm nos braços o fruto pequenino, acalenta-o com carinho, ao tempo em que se aninha no âmago a certeza de que, no futuro, não ficarão sozinhos. E pensam: agora terei alguém que olhe por mim quando as vicissitudes da vida tornarem o sol mais brando e a esperança menor, mesmo sendo as necessidades e as carências imperiosas.
Lembremo-nos que Pandora, produzida pelos deuses como algo tão perfeito e belo, um dos maiores mitos gregos, foi uma caixa de surpresa; no entusiasmo da criação, conferiram a essa primeira mulher todos os dons. Não alertaram aos homens que, junto com a ilusão da virtude, ela carregava todos os males do mundo, das doenças aos horrores das guerras.
Ainda hoje nós testemunhamos as divergências nos relacionamentos humanos.
A bíblia nos fala em matricídio e parricídio. Coisa de antigamente? Lamentavelmente, não.
Revela-se estranho e doloroso que os caminhos da vida, muitas vezes, distanciam-se das metas planejadas. Razão de vermos filhos sem atenção, sem respeito, sem carinho com os pais. O deus monetário deles e diferente do Deus da Humanidade.
Outros, porém, há que se preocupam com seus genitores, são raros exemplos a ser seguidos. Concorda comigo que são poucos? Então, toque aqui!
Estive ao lado do leito dos meus pais, quando eles deram o último suspiro; ventura conferida a alguns privilegiados. Fui um deles, graças a Deus.
Prometeu, que criou o ser humano a pedido dos deuses, caiu na desgraça de presentear sua criação com fogo. Assim o homem teve a ousadia de virar as costas para o seu criador.
Tantos pais decepcionados com o que recebem dos filhos e ainda têm carinho para dar, até são capazes de perdoar seus rebentos e ajudá-los a remediar o erro. Só não desejam que eles paguem pelos percalços cometidos. Sempre sobra amor no coração dos pais.
De qualquer forma, na curva adiante serão vítimas da solidão. Os que se encontram no silêncio de uma sala ou de um quarto vazio entendem perfeitamente o que estou dizendo.
Mas a vida prossegue, o amanhã poderá ser uma grande caixa de surpresa.
Por acaso alguém já viu uma pessoa plantar milho e colher uva?
Entendo que os tempos são outros os filhos de hoje não tem tempo de cuidar dos pais idosos. Tenho 3 filhos mas já estar decido por mim e participado a eles se eu tiver que ficar dependente quero ficar em uma casa de repouso.