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Crônica de Ademar Rafael

É NATAL

Pela importância desta data para o mundo cristão e diante das minhas limitações neste ano do laicato vou buscar no laico universo da poesia o texto desta crônica, confiando na devida vênia dos autores.

Destaco inicialmente o mote “NA FRIEZA DA GRUTA O DEUS MENINO / TEVE O BAFO DE UM BOI POR COBERTOR.” do poeta Antônio de Catarina sobre o nascimento de Cristo e as glosas do saudoso Jó Patriota: “Num recanto afastado de Belém/Fora onde uma Virgem Imaculada/Deu a luz à pessoa mais sagrada/Que se chamou de Cristo, O Sumo Bem…/Nessa noite Maria um prazer tem/De rezar o rosário com fervor/Contemplando seu fruto, O Redentor/Santo Corpo Sacrário Pequenino/NA FRIEZA DA GRUTA O DEUS MENINO/TEVE O BAFO DE UM BOI POR COBERTOR.” – “Foi assim que o rebento de Maria/No silêncio da simples manjedoura/Teve a mãe como santa defensora/E seu pai adotivo como guia/Nessa pobre e humilde hospedaria/Estalagem pequena sem valor/Entre pedra, capim, garrancho e flor,/Diferente de um prédio bizantino/NA FRIEZA DA GRUTA O DEUS MENINO/TEVE O BAFO DE UM BOI POR COBERTOR.”

Agora apresento soneto do extraordinário Dedé Monteiro em resposta a um soneto de Machado de Assis que termina com o verso “Mudaria o Natal ou mudei eu”? A resposta do poeta tabirense: “Não, o Natal nunca
mudou, jamais/Por que razão tão desinteligente/Mudar-se-ia esta explosão de paz/Que muda o mundo repentemente – Talvez eu esteja assim, indiferente/Porque a vida me açoitou demais,/E eu veja escrito a
cada à frente/Que o trem do tempo nunca andou pra trás – Mas quem sou eu para ter o direito/De me sentir magoado e contrafeito/Se o próprio Cristo, que morreu por mim – Volta sorrindo em todos os Natais?/Não, o Natal, nunca mudou jamais!/Se houve mudança, foi somente em mim”.

Não cabem outras palavras neste relato, elas podem estragar as obras primas. Feliz Natal.

Por:Ademar Rafael


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