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Governo do Estado promove “dança das cadeiras” nas Secretarias

Folha de Pernambuco

O governador Paulo Câmara (PSB) publicou nesta quinta (23), no Diário Oficial do Estado (DOE), uma série de mudanças que envolvem, principalmente, a representação do PCdoB dentro do governo.

O secretário de Cultura, Marcelino Granja (foto), foi exonerado e nomeado como secretário executivo na pasta de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). O antigo secretário executivo da Semas, Carlos André Cavalcanti (Partido Verde), tinha assumido o cargo de secretário de forma interina desde que o titular, Sérgio Xavier, pediu afastamento no final do ano passado.

O posto de titular da Secretaria de Cultura (Secult), por sua vez, passou às mãos de Antonieta Trindade, do PCdoB, que até então era vice-presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A vaga de Antonieta na Fundarpe foi ocupada pelo publicitário Guido Bianchi, que é membro da direção do PCdoB em Pernambuco e atuava como assessor de comunicação na Secult.

Marcelino Granja havia enfrentado forte pressão durante a realização do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), no final de julho, por parte do prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), do deputado federal Pastor Eurico (PSB) e de diversos outros representantes de setores evangélicos e conservadores, que se posicionaram contra a inclusão da peça “O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu” na grade do evento.

Marcelino, porém, explicou que sua saída foi decidida de forma conjunta dentro do PCdoB, em comum acordo com o governador Paulo Câmara. “Jamais o governador considerou me retirar do cargo, nunca nem tocou nesse assunto. Pelo contrário, tivemos todo apoio ao FIG”, destacou.

“Se isso tivesse acontecido, o mais provável seria que houvesse uma repercussão política na formação da própria chapa majoritária. E quem está concorrendo junto com Paulo é Luciana, a quem eu sou muito ligado”, afirmou Marcelino, que ocupa desde abril a função de presidente estadual do PCdoB, e explicou que sua transferência para a Semas se deu para não acumular duas funções de forte representação política.

Segundo ele, seu ciclo na função de secretário de Estado já estava no fim, enquanto deve permanecer por quatro anos na presidência do partido. “Não está no meu horizonte sair dessa função tão cedo”, disse ele. “A função de secretário executivo é mais técnica, interfere menos na minha atuação como presidente do ponto de vista político”, avaliou ainda.

Não é a primeira vez que Marcelino muda de pasta. Ele ocupou, por mais de três anos, o cargo de secretário estadual de Ciência e Tecnologia, ainda durante a gestão de Eduardo Campos.


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