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Espaço da Poesia

ONTEM VI UMA CORUJA,
SENTADA NUMA CANCELA,
DEMOREI TRINTA SEGUNDOS,
OLHANDO A FEIURA DELA,
QUANDO ME VI NO ESPELHO,
TAVA MAIS FEIO DO QUE ELA.
ADMIRO O JUAZEIRO,
NASCIDO NA TERRA ENXUTA,
A FRUTA É PEQUENA E RUIM,
A MADEIRA É TORTA E BRUTA,
MAS A BONDADE DA SOMBRA,
COBRA A RUINDADE DA FRUTA.
EU NÃO VOU PLANTAR SAUDADE,
QUE NÃO ESTOU MAIS PRECISANDO,
A CAÇAMBA DA SAUDADE,
TODA VEZ QUE VAI PASSANDO,
AO INVÉS DE LEVAR A MINHA,
DERRAMA A QUE VAI LEVANDO.
Estrofes de Leonardo Bastião – Itapetim


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