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Ameaçada em Petrolina, Compesa diz que não mistura política e gestão

Blog de Jamildo

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) afirmou, em nota, estar surpresa com o anúncio do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, de que vai interromper a concessão do gerenciamento das redes de esgoto e do abastecimento no município no Sertão pernambucano. Ao prefeito, que é filho do senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB), um dos principais opositores de Paulo Câmara (PSB), o presidente da companhia, Roberto Tavares, afirmou que “a linha do governador sempre foi, em respeito à população, não misturar contingências políticas e gestão”.

“Tenho a orientação do governador Paulo Câmara para seguir planejando, idealizando e realizando investimentos em prol dos petrolinenses, e para isso contamos um plano de investimentos bastante arrojado para os próximos anos”, defendeu Tavares.

A Compesa afirma que a decisão de Miguel Coelho “vem em sentido contrário às tratativas iniciadas” com ele desde que assumiu o mandato.

“Ficamos surpresos com a proposta de privatização em Petrolina. A Compesa apoiou a operação de combate a ligações irregulares na rede de esgotos, atuou em parceira na limpeza da Orla, iniciou obras importantes de abastecimento de água como está realizando no Serrote do Urubu e obras de esgotamento sanitário como está fazendo nos bairros do Vale do Grande Rio, Pedro Raimundo e Jardim Amazonas. Além disso, estamos prontos para iniciar o Esgotamento Sanitário do Park Jatobá, num investimento de R$ 4,6 milhões que depende apenas de chegarem os recursos da Codevasf. Por fim, trabalhamos duro nos meses de novembro e dezembro para vencer a burocracia e conseguimos assinar contrato de empréstimo de R$ 38 milhões para investir em Petrolina”, defendeu Tavares na nota.

O contrato para os R$ 38 milhões, segundo a Compesa, foi assinado no último dia útil do ano passado. “As áreas que serão beneficiadas são as mais reclamadas em Petrolina, justamente por terem obras que foram iniciadas pela própria prefeitura em diversas gestões anteriores e nunca foram concluídas nos bairros de Antônio Cassimiro, Dom Avelar, Terras do Sul, Santa Luzia, São Jorge, São Joaquim, Padre Cícero, Vila Débora e Mandacaru, deixando de beneficiar mais de 60 mil moradores”, rebateu.

A Compesa ainda afirma que investiu R$ 150 milhões no município nos últimos anos, “o que garante ao município uma situação privilegiada quando comparada com outros municípios”.

Ao anunciar que está procurando empresas para a Parceria Público-Privada (PPP), Miguel Coelho reclamou da qualidade do serviço da Compesa. “O petrolinense é exigente, não tolera serviço de baixa qualidade. Eu sempre disse que não me omitiria de enfrentar essa questão, seja cobrando resultados, buscando investimentos em Brasília como fizemos ou optando pela decisão de buscar um novo caminho. Queremos apenas garantir o serviço de qualidade, por isso, a nova concessionária terá de fazer o saneamento em bairros que vivem com o esgoto na porta e expandir o abastecimento”, afirmou.

A briga é antiga. O próprio pai de Miguel, FBC, quando era prefeito do município e fazia oposição ao então governador Jarbas Vasconcelos, já havia ameaçado afastar a estatal, mas a questão foi judicializada desde então. A cidade reclama que é superávitária, cede mais recursos para a atuação da Compesa, do que recebe em investimentos em obras.


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