Pela primeira vez na história, um chefão do futebol brasileiro foi condenado pela Justiça. Não do Brasil, mas dos Estados Unidos. José Maria Marin, de 85 anos, presidente da CBF entre 2012 e 2015, foi considerado culpado de seis das sete acusações de crimes do “caso Fifa”: inocentado de lavagem de dinheiro na Copa do Brasil, Marin acabou condenado por três crimes de fraude financeira (Copa América, Copa Libertadores, Copa do Brasil), dois de lavagem de dinheiro (Copa América e Libertadores) e um por conspirar/formar uma organização criminosa.
Ex-presidente da Conmebol, o paraguaio Juan Angel Napout também foi condenado. Das cinco acusações, Napout foi inocentado em duas: lavagem de dinheiro na Libertadores e na Copa América. Apesar do apelo das defesas, a juíza Pamela Chen aceitou o pedido da promotoria e Napout e Marin, que estavam em prisão domicilar nos EUA até o julgamento, serão levados imediatamente para a prisão federal ao saírem do tribunal.
A defesa do brasileiro tentou argumentar que Marin toma remédio pra depressão e hipertensão e que a expectativa de vida média do homem é de 74 anos. No caso do paraguaio, os advogados afirmaram que há todo um aparato policial para evitar a fuga do seu cliente. Mas não adiantou. A juíza recebeu os argumentos, ponderou e disse entender as solicitações. Mas afirmou que, neste estágio, com a condenação definida, é preciso ter certeza de que os dois réus estarão sob custódia para aguardar a sentença. Segundo Pamela Chen, os dois estavam em prisão domiciliar porque haviam pago fiança e estavam em julgamento, mas como houve condenação, “não faria sentido” manter o benefício neste novo cenário. Além disso, disse que as prisões federais têm estrutura para cuidar de detentos nas condições de saúde do ex-presidente da CBF.
Marin e Napout foram presos, mas não na frente do público presente. Os agentes americanos estavam à paisana entre as pessoas no Tribunal, se aproximaram dos dois e, em seguida, a juíza pediu que todos saíssem do local. Emocionado, Napout entregou a aliança à esposa, na frente das filhas. Já Marin foi consolado pelos advogados.
Os crimes de Marin
Conspirar/Formar organização criminosa
Fraude financeira (Libertadores)
Lavagem de dinheiro (Libertadores)
Fraude financeira (Copa do Brasil)
Fraude financeira (Copa América)
Lavagem de dinheiro (Copa América)
Foi inocentado das acusações de lavagem de dinheiro na Copa do Brasil