Diante do movimento, promovido por alguns parlamentares no Congresso Nacional, de retirar o título de Patrono da Educação Brasileira de Paulo Freire (1921-1997), o deputado federal Danilo Cabral (PSB) assinou uma moção de repúdio contra a iniciativa. Segundo o socialista, atribuir o descaso que o processo histórico do Brasil deu à causa da educação ao educador Paulo Freire é um absurdo. “Se o Brasil vive essa situação hoje, é porque nunca se deu à educação o seu devido valor, o de ser um instrumento para a transformação da vida das pessoas”, destacou.
A moção de repúdio foi apresentada pelo deputado Glauber Braga (PSol-RJ) na Comissão de Educação, da Câmara dos Deputados, por causa da tramitação de uma proposta, que tramita no site do Senado, através do e-cidadania, para revogar a lei 12.612 que confere o título a Paulo Freire. São necessárias 20 mil assinaturas para que o tema seja debatido no Senado – hoje (19) mais de 21 mil pessoas já tinha assinado a petição.
“Estamos indignados com o movimento de destituição de Paulo Freire como Patrono da Educação. Há um consenso em torno dele. Paulo Freire usou a capacidade de formular das pessoas, não simplesmente alfabetizou, mas construiu uma consciência crítica e cidadã e, a partir disso, cada um poderia ser protagonista da sua vida. E isso é um direito das pessoas, ter a educação como Um instrumento de libertação das pessoas”, afirmou Danilo Cabral. Para o deputado, a Comissão de Educação não pode permitir o avanço desse “movimento conservador”.
O título de Patrono da Educação Brasileira foi conferido ao educador Paulo Freire em 2012 a partir de um projeto de lei da deputada Luiza Erundina. A matéria, apresentada em 2005, tramitou em caráter terminativo nas comissões de Educação da Câmara e do Senado e foi aprovada por unanimidade.