JC Online
O promotor de Justiça da Vara de Execução Penal Marcellus Ugiette, famoso por sua atuação junto a internos do Sistema Prisional em Pernambuco, entrou para as estatísticas de vítimas da criminalidade do Estado. Ele foi assaltado com uma arma na cabeça por volta das 14h desta quarta-feira (14) quando saía de uma agência da Caixa Econômica Federal no bairro de Santo Antônio, na região central do Recife. O banco fica nos arredores do Palácio do Campo das Princesas, sede do Poder Executivo Estadual.
Ugiette havia sacado uma quantia em dinheiro, efetuado pagamentos na agência e foi surpreendido pouco depois de atravessar o portão da unidade bancária. O que mais o surpreendeu é que o criminoso que o abordou a pé queria exatamente o paletó do promotor, onde o dinheiro que sobrou dos pagamentos havia sido guardado. “Alguém de lá de dentro viu e avisou a ele que estava do lado de fora. Ele foi muito específico. Eu dei minha pasta, mas ele jogou no chão exigindo meu paletó e o dinheiro que estava no bolso e ameaçando atirar na minha cabeça”, relatou o promotor ao JC Online.
“Na hora eu fiquei nervoso, não conseguia tirar o paletó, mas tirei parte do dinheiro do bolso e acabei derrubando as cédulas no chão. Ele me obrigou a apanhar o dinheiro e a pegar o restante no bolso dizendo que ia atirar na minha cabeça”, lembra o promotor que acredita ter sido ameaçado com uma pistola .40. De acordo com Ugiette, a ação demorou mais de dois minutos e pessoas que passavam pela rua viram a movimentação. “Foi muito cedo, tinha muita gente passando e um carro chegou a parar do outro lado da rua. Eu nunca tinha passado por isso. Foi uma sensação horrível”, classifica. Após pegar o dinheiro, o assaltante fugiu sem capacete na garupa de uma motocicleta que o aguardava a poucos metros.
Após o susto, Marcellus Ugiette registrou ocorrência na delegacia do Cais do Apolo, no mesmo bairro. Em seguida, o promotor foi até ao Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods) para tentar encontrar alguma imagem que ajude a identificar os criminosos.
Em entrevista à Rádio Jornal, Ugiette disse que não quer ser privilegiado por ser promotor de Justiça. “Estou relatando isso como uma pessoa comum, eu imagino quantas pessoas são assaltadas diariamente. Isso é resultado de todo esse equivoco de política de segurança. É uma mostra que estamos inseguros em todo lugar, não apenas nas favelas. Foi entre 13h30 e 14h. Foi em frente ao palácio do governo”, refletiu.