Apesar da seca não dar tréguas no Agreste do estado há seis anos consecutivos, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) tem trabalhado para buscar alternativas que diminuam os efeitos da estiagem prolongada e promovam a continuidade do abastecimento de água para a população da região. No município de Panelas, por exemplo, situado a 142 quilômetros do Recife, foi iniciada uma obra emergencial de abastecimento de água para atender a cidade, que entrou em colapso na última segunda-feira (6). Sem chuvas na região, a Barragem de São Sebastião, que tem a capacidade de acumular 250 mil metros cúbicos de água secou, não oferecendo mais condições para captação e atendimento à população.
Segundo o diretor Regional do Interior, Marconi de Azevedo, os técnicos da companhia adotaram um criterioso planejamento para estender a vida útil do manancial. Foi implantado um regime de rodizio para controlar a água disponível, o que garantiu o abastecimento pela rede de distribuição até a última segunda-feira. “Sem chuvas regulares, a barragem não suportou. A partir da próxima segunda-feira (13), iremos disponibilizar cinco pontos de distribuição de água, as estações de abastecimento. Dependendo da demanda, podemos ampliar o atendimento”, explica o diretor. Ele acrescentou que não há, no momento, outra fonte hídrica para socorrer Panelas.
A alternativa encontrada pelo governador Paulo Câmara foi autorizar a Compesa a realizar uma obra emergencial, fruto da parceria do Governo do Estado, Compesa e a Prefeitura do município. O projeto tem um orçamento de R$ 4 milhões, dos quais R$ 400 mil serão bancados pela prefeitura de Panelas, que está sendo responsável pelos serviços de escavação, assentamento e reaterro de 11 quilômetros de adutora, que vai transportar água da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Cupira até a ETA Panelas.
O restante do investimento do projeto será feito pelo Governo do estado e Compesa e contemplará a ampliação da ETA Cupira, a construção de um reservatório na ETA Panelas, com capacidade para acumular 400 metros cúbicos de água, além de melhorias na rede de distribuição que será requalificada em alguns trechos, com objetivo de aumentar a confiabilidade e reduzir a ocorrência de vazamentos. A Compesa iniciará as outras etapas da obra a partir da próxima semana. O prazo estimado pela Compesa para concluir todo projeto é de seis meses.
“Esse projeto é fundamental para que Panelas volte a receber água pela rede de distribuição. Por isso que o nosso planejamento é implantar, primeiro, a adutora para que ela passe a atender a população de Panelas com uma vazão de 15 litros por segundo de água tratada”, complementa o diretor Regional do Interior da Compesa, Marconi de Azevedo.