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OPINIÃO DO PERNINHA

perninha-1Quem pode, pode; quem não pode …

Iniciamos a matéria de hoje pedindo a todos os eleitores um voto de aplauso para o governador Paulo Câmara. Mas por quê? Pela sua sensibilidade política e pelo carinho com que ele tem tratado os seus governados. Demonstrando um respeito fora do normal pelos seus contribuintes e aproveitando os festejos do morro em Casa Amarela, onde os louvores se voltam para N. Sra. da Conceição, padroeira do Recife – se achando em estado de graça – o governador deu um presente aos pernambucanos com a publicação no Diário Oficial em 07/12 de um decreto que antecipa para janeiro o prazo de pagamento da cota única – ou da primeira parcela do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – (IPVA) para todas as placas.

Enquanto no ano passado o calendário começava em março e se estendia até maio, nesse ano vai iniciar em janeiro e terminar em março (dependendo do dígito final da placa). A medida vai penalizar o contribuinte, que já precisa arcar, logo na virada do ano, com matrículas escolares, compra de material, pagamento de IPTU, além da ressaca deixada por Dezembro que, por tradição, é um mês que se gasta além do normal. O que achamos interessante é que enquanto o povo se enforca, a Secretaria da Fazenda se pronunciou dizendo que “a mudança na data do pagamento do IPVA foi realizada em virtude da necessidade de geração de fluxo de caixa no início do ano, em decorrência da crise econômica que atinge o País”.

E nós, como fazemos para gerar fluxo de caixa? Além de antecipar a cobrança, o governador, de forma irresponsável, deixou para comunicar a medida ao contribuinte faltando apenas 40 dias para o vencimento da 1ª parcela (prevista para o dia 17 de janeiro, no caso das placas com final 1 e 2). Claro que recebemos algumas ajudas: a)- o aumento que esse mesmo governo deu para o IPTU foi somente de 9,93%; b)- as mensalidades escolares estão sendo reajustadas em torno de 15%; c)- a gasolina ficou mais cara em R$ 0,12 (doze centavos) por litro, na mesma semana do Decreto. Outra coisa: todo trabalhador está recebendo o 13º em dezembro e isso, segundo Paulo Câmara, é uma atitude extraordinária. Parece que soa melhor como regalia do que como obrigação.

Sobre o IPVA tem mais um detalhe: bons tempos quando o mês do vencimento era pelo final da placa. Ou seja, nós matriculávamos os nosso veículos entre janeiro e outubro. Cada final de placa vencia no mês correspondente. Exemplo: placa com final 5, vencimento em maio; final 8, em agosto e assim por diante. Os meses de novembro e dezembro eram usados para liberar as férias dos funcionários lotados nos Detrans.

Esse governador é mestre em adotar essas medidas. Lembram do que ele fez com os professores quando prometeu dobrar os seus salários? Não dobrou mas, na primeira chance, jogou o pagamento dos funcionários para o mês seguinte (entre 7 e 10 de cada mês), sem qualquer aviso prévio, num total desrespeito à categoria. E nas greves, lembram como ele trata os servidores?

Infelizmente caríssimos leitores, essa é a cara do Brasil. Em recente entrevista com o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), defensor na aprovação da PEC 241, no Instituto Federal de Goiás – (IFG), Campus de Uruaçu no Norte do Estado, falando para os estudantes ele foi curto e grosso ao afirmar: “quem não tem dinheiro não faz faculdade”. Deve ser esse o mesmo pensamento do nosso governador: “Quem não pode pagar IPVA vende o seu veículo ou tranca na garagem”. E fim de papo.

Danizete Siqueira de Lima – Afogados da Ingazeira – PE – dezembro de 2016.


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