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CRÔNICA DO ADEMAR RAFAEL

rafaelMODELO ANTIGO

Ao retornar da China o Presidente Temer encontrou sobre sua mesa de trabalho e ouviu em reuniões com aliados dois pedidos diferentes para o mesmo assunto: a reforma da previdência.

O PSDB, tendo como porta vozes, o senador Aécio Neves e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, solicitava que o projeto fosse encaminhado ao legislativo antes do pleito eleitoral de 2016, isto é, durante o mês de setembro. Ao pedido tucano somaram-se as manifestações de líderes do DEM. Na avaliação dos liberais o encaminhamento imediato indicaria ao mercado que o governo está disposto a enfrentar uma pauta de difícil digestão, para salvar o país mesmo que corra o risco de perder votos na eleição municipal.

Em rota contrária, o presidente da Câmara, dizendo-se interlocutor de alas do PMDB e de vários partidos da base governista, pediu que o encaminhamento fosse feito somente após a abertura das urnas.

A versão requerida por Rodrigo Maia foi vencedora uma vez que o Presidente Temer seguiu a cartilha que rege o comportamento dos nossos políticos diante de uma eleição.Nela o que é ruim fica para depois; na campanha somente as notícias boas.

Ao recorrermos aos pleitos para Presidente da República veremos que caso Collor tivesse dito durante a campanha que faria o confisco dos ativos jamais chegaria aonde chegou.

Fernando Henrique Cardoso, na primeira eleição fez uso da prática que ficou imortalizada como o escândalo da parabólica. O Ministro Rubem Ricupero afirmou: “Eu não tenho escrúpulos. O que é bom agente fatura; o que é ruim esconde”. Na campanha da reeleição negou que mudaria a política cambial e o fez após a posse.

Na carta aos brasileiros o candidato Lula não indicou que promoveria reforma na previdência e na campanha da reeleição passou a maior parte do tempo negando que seu partido havia participado dos eventos apurados no processo do Mensalão. Depois do julgamento ficou constatado que gente da cúpula do PT estava envolvida no escândalo.

Dilma, eleita para seu primeiro mandato sob a popularidade do seu “criador”, negou fatos desabonadores já anunciados pelos seus oponentes e relacionados com a Petrobrás. Na dura campanha do segundo mandato fez vistas grossas para real situação do país quanto à política fiscal.

O sistema que o Ministro da Fazenda do governo Itamar trouxe a público é utilizado em grande escala nas eleições federais, estaduais e municipais. Caso existam muitas dificuldades para esconder algo entra em campo os mágicos do marketing político. A engenharia desenvolvida pelos “marqueteiros” consegue colocar trevas sobre uma luz que não interessa e os eleitores são enganados por uma mensagem acima de qualquer suspeita.

A postura do Presidente Temer agradou aos aliados que conseguiram aprovação nas urnas para ganhar ou ir ao segundo turno. Continuamos com projetos para políticos em vez de projetos para o país.

Por: Ademar Rafael


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