A pior seca dos últimos 50 anos tem castigado o Agreste de Pernambuco, região que detém o pior balanço hídrico do Brasil. Sem chover o suficiente para recuperar os seus mananciais há seis anos consecutivos, a situação de vários municípios dessa região é crítica, com a possibilidade concreta do colapso da Barragem de Jucazinho, localizada em Surubim, a partir de outubro próximo, em virtude da falta de chuvas e o baixo volume do manancial, que se encontra hoje com apenas 0,36% da sua capacidade, o que representa apenas 1 milhão e 177 mil m³ dos 327 milhões de m³ totais.
Em entrevista coletiva realizada hoje (20), na cidade de Caruaru, o diretor Regional do Interior da Compesa, Marconi de Azevedo anunciou algumas medidas que serão adotadas pela companhia para preservar a Barragem de Jucazinho, entre elas, a retirada da cidade de Santa Cruz do Capibaribe do Sistema Jucazinho, que passará a ser atendida pela Barragem do Prata, a partir do dia 28/07.
Ainda com o objetivo de preservar a Barragem de Jucazinho e compartilhar a água ainda disponível para 11 cidades que dependem exclusivamente desse manancial, a Compesa explicou a necessidade de alterar o calendário de distribuição de Caruaru, que passará, a partir dessa data, a receber água num rodízio de 4 dias com água e 12 dias sem. Hoje, o calendário é de 4 X 8. A partir de agora, a Barragem do Prata, que está com 58,27% da sua capacidade máxima, que é de 42 milhões de metros cúbicos, compartilhará água com as cidades de Caruaru, Cachoeirinha, Ubirajuba, Altinho, Agrestina e agora, Santa Cruz do Capibaribe.
Segundo o diretor, a empresa aguardou o término da quadra chuvosa no Agreste (período de chuva em uma determinada localidade), quando não há mais possibilidade de reversão do quadro de chuvas, para revelar o resultado dos estudos técnicos e climáticos realizados para a região. “Caso essas medidas não fossem adotadas, o colapso de Jucazinho seria antecipado para agosto”, afirmou Azevedo.