Para onde vai o nosso dinheiro?
A presidente afastada Dilma Rousseff, logo após a votação do impeachment pela Câmara dos deputados, naturalmente confiando que permaneceria no cargo, enviou ao Congresso Nacional uma medida provisória alterando o orçamento para poder gastar mais R$ 100 milhões em publicidade na Presidência da República.
O ato com força de lei, seria validado pelos parlamentares nos próximos seis meses, caso ela não fosse afastada. O que nos chamou à atenção foi o fato de a presidência já contar com gastos previstos tanto institucional como de utilidade pública, na ordem de R$ 252 milhões. Desse valor, foram gastos até a sua saída cerca de R$ 80 milhões, de acordo com os dados do sistema de orçamento federal. Com a edição da medida, o governo mais que dobraria o valor que poderia gastar com esse item até o final do ano.
E o mais curioso: como o governo previa arrecadação menor, parte das despesas federais estavam bloqueadas desde fevereiro. Para aumentar o gasto com propaganda, a presidente afastada cortou R$ 100 milhões previstos para investimento no capital social da Eletrobras, estatal do setor elétrico. A empresa – aquela que Lula prometeu transformá-la numa Petrobras e deixou-a falida -, vem dando prejuízo e precisa de complemento de verba pública
para manter seus gastos. No orçamento para essa ação do governo era previsto gasto de R$ 5,8 bilhões neste ano, dos quais foram pagos somente R$ 1 bilhão.
A mesma medida também previa aumento de mais R$ 85 milhões nos gastos com obras para os jogos olímpicos no Rio. O dinheiro seria retirado de outro programa do próprio Ministério do Esporte, que previa gastos com projetos sociais que seriam deixados como legado e, com a transferência de verba, ficariam praticamente inviabilizados.
Como visto nos exemplos acima esse governo do PT gasta muito e mal, R$ 1 milhão de reais por dia somente para propaganda é muito mais que absurdo. É como se não existisse crise. Foi assim com a Copa do Mundo, lembram? O que conta é aparecer, depois a gente ver como faz para tapar o rombo. Dessa forma, está explicado porque o presidente interino está tendo dificuldades em tocar a máquina, encolhendo orçamentos de obras que não seriam concluídas
no prazo tipo o “Minha casa, Minha Dívida”, um dos programas sociais visto como a menina dos olhos desse governo desastroso, irresponsável e incompetente.
Não sabemos como o governo substituto irá se comportar. Foi muito difícil a aprovação do primeiro pacote de medidas, mas ele conseguiu. É bom que se registre que enquanto o senador da oposição, Humberto Costa, criticou a adoção das novas medidas, o Ministro Armando Monteiro fez rasgados elogios a equipe econômica atual e disse que algumas delas ele mesmo tentou sugerir à presidente afastada.
Concluímos nossa matéria usando o mesmo bordão da semana anterior: deixemos o homem trabalhar.
Danizete Siqueira de Lima
Afogados da Ingazeira – PE – junho de 2016.