Reencontrei em João Pessoa o conterrâneo e colega do Banco do Brasil Pedro Fernandes de Araújo, nosso Pedrão. Fui por ele convidado para o lançamento do livro de poesias da sua lavra, batizado como “Bisaco de Poesia”. O lançamento realizado na noite de 03.06.16 na Fundação Casa de José Américo foi um sucesso, lá estive com minha esposa e o amigo Zé Carlos de Neco Piancó.
Com a sensibilidade nata dos poetas José de Sousa Dantas fez a apresentação da obra e Dedé Monteiro fez o prefácio. Valorizaram o cabedal de cultura e as lições de amor, paz, dignidade e respeito presentes nas estrofes. É de fato um grande trabalho.
Nele o poeta cria coisas maravilhosas, tais como: “A pata fica marcada/Como que fosse um meião”; “As nuvens cobrindo o sol/Formam imagem d’um paiol/De algodão pegando fogo”; “Um diadema grandão/Que a face de serra enfeita”; “O pai como as margens de um rio/Protegendo, leva as águas para o mar”, entre outras.
O poeta Jatobá na orelha esquerda do livro produziu quatro sétimas, destaco a seguinte: “Métrica, rima e oração/Como pede a cantoria/Ótima fonte de estudo/Belíssima fotografia/Do vate do Pajeú/Tá tudo perfeito no/Bisaco de Poesia.” Os Nonatos, na orelha direita produziram três estrofes, aqui reproduzo a última: “Parabéns poeta pela grande obra/Prêmio inenarrável aos fiéis leitores/Você dá exemplo aos bons escritores/E o que falta neles Deus lhe deu de sobra/Que livro perfeito que história bonita/Esses que se acham deuses da escrita/Se desafiá-lo eu sinto dó/é tanta grandeza que em êxtase eu fico/O livro é tão belo, tão grande e tão rico/Que talvez na caiba num bisaco só.”.
Com a humildade conduzida pelos grandes o autor na introdução escreve: “Alerto, porém, para que não se crie expectativa de encontrar consistência literária culta, pois não é a finalidade deste livro.” Lembro ao colega que em 1950 Rogaciano Leite escreveu aos críticos: “… Eu canto a roça, a cabana/Canto a sertão… que é meu.”
Encerro com um conselho: Quem quiser erudição compre no original e faça bom proveito de Dante Alighieri, Charles Baudelaire, Francisco de Quevedo e Paul Celan (Paul Pessakh Antschel). Quem quiser poesia pura e legítima em nossa linguagem, compre “Bisaco de Poesia”.
Por: Ademar Rafael