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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ademarTODO PODER UM DIA CAI

Montado na sabedoria matuta, o grande Quincas Rafael, escreveu o poema “Não há poder que não caia”, que foi inserido no livro “Afogados deu de tudo”. Nele. o poeta das Varas, registra entre outras verdades o seguinte: “Não há nada eternamente/Tudo no mundo tem fim/E quem não pensar assim/É mais que inconsciente/Se acaba o que é valente/O liberto e o cativo/Atual e primitivo/A nada o tempo quer bem/Tudo que no mundo tem/Para Deus é relativo”.

Em outras estrofes o velho Quincas faz indagações sobre o império romano, sobre Napoleão e deixa um alerta que serve para vida: “… O futuro não tem braços/Quem sobe pode cair …”. Eu, pessoalmente já vi muitos que humilharam voltarem para pedir apoio dos humilhados. Nossa geração já assistiu quedas da Mesbla, da Sharp, das Lojas Brasileiras, dos Diários Associados, da Manchete, do Jornal do Brasil e tantos outros.

O poder do Grupo Roberto Marinho já não é o mesmo de outrora. Os motivos apontados são diversos. O mercado avalia que foram investimentos fora do Brasil, dívidas impagáveis e altos salários de executivos durante a época das vacas gordas. Outros avaliam que foi a queda da credibilidade do jornalismo após os eventos relacionados com a eleição de Brizola, as Diretas Já e a edição manipulada do debate entre Collor e Lula na véspera do segundo turno da eleição de 1989. Existe uma corrente que aponta como principal motivo da queda o afastamento e a morte do velho Roberto do comando.

Não tenho elementos para apontar os reais motivos do declínio, contudo, percebo que o “padrão globo” do tempo de Boni faz parte do passado. No dia 29.04.2016 a Globo não apresentou o Globo Repórter em toda rede. Emissoras vinculadas a TV Liberal no Pará apresentaram um programa sobre os 400 anos de Belém. O resto do Brasil assistiu ao programa sobre Abu Dhabi, isto seria inaceitável na época que a Globo era a toda poderosa.

A Rede Globo de Televisão tem na sua grade de programação a maior metralhadora giratória do Brasil: o Jornal Nacional. Não conheço uma personalidade do mundo empresarial ou político que não tenha balançado após matérias contrárias aos seus interesses nele publicadas. É disparado o jornal de televisão preferido dos brasileiros. Até quando? Ela se sustentará quando a receita oriunda do seu horário mais nobre deixar de existir? O tempo dirá..

Por: Ademar Rafael


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