A partir desta semana, consequência da “expulsão” do PSDB e DEM da aliança estadual, o governador Paulo Câmara (PSB) promove um ajuste em sua equipe. Deputado federal licenciado, Danilo Cabral (PSB) deixa a Secretaria de Planejamento e resgata o seu mandato em Brasília. Em seu lugar assume Fred Amâncio, que já exerceu a mesma função na gestão do ex-governador Eduardo Campos (PSB).
Para o lugar de Fred vai o vice-governador Raul Henry (PMDB), que também já passou pela pasta no Governo Jarbas Vasconcelos. O PMDB será contemplado, ainda, com a Secretaria do Trabalho e da Micro e Pequena Empresa, que estava na cota do PSDB. Já o PP, do deputado Eduardo da Fonte, indica o novo superintendente do Porto do Recife e o Solidariedade, sob a batuta do deputado Augusto Coutinho, fica com a Jucepe, a Junta Comercial.
Habilidoso, quadro da absoluta confiança do deputado Jarbas Vasconcelos, Raul Henry tem, também, uma excelente relação com o ministro da Educação, Mendonça Filho, presidente estadual do DEM, partido que estava até a pouco tempo no Governo, ocupando a direção do Lafepe. Henry sabe, como ninguém, reconstruir alicerces que já foram sólidos. É do PMDB, partido que está no poder, e como presidente estadual da legenda abriu canais de interlocução com o presidente Michel Temer.
Abre-se para ele pela frente uma tarefa gigantesca, que deve ser bem sucedida por todos esses requisitos que dispõe, além da enorme capacidade de trabalho. Já Danilo Cabral, que integrou até agora o núcleo duro do Governo Câmara, vai para a Câmara dos Deputados com a missão de aglutinar a bancada do PSB, mesmo sem a pretensão de assumir função de líder. Com ele no mandato, Pernambuco pode contribuir com 15 votos nas sessões primordiais do Governo Temer.
Na bancada, Danilo será a voz do governador e no Governo Federal o interlocutor junto ao presidente Temer e o conjunto da sua equipe, com destaque para quatro ministérios ocupados por pernambucanos – Educação (Mendonça Filho), Minas e Energia (Fernando Bezerra Filho), Cidades (Bruno Araújo) e Defesa (Raul Jungmann).
Com Danilo revestido do seu mandato federal conferido nas urnas quem perde a chance de assumir a vaga, interinamente, é o suplente Roberto Teixeira, do PP. Ex-genro do ex-deputado federal Pedro Corrêa, preso na operação Lava Jato, Teixeira, se Danilo não tivesse optado pela transferência para Brasília, seria o oitavo suplente no exercício do mandato. Trata-se de um recorde na bancada, mas tem uma explicação.
Quando tomou posse, o governador Paulo Câmara convocou quatro deputados para a sua equipe e, recentemente, na largada do Governo Temer, o presidente interino também acabou incluindo igual número de federais em sua equipe. Embora o critério da escolha tenha sido partidário e não regional, Pernambuco foi distinguido. (Coluna do Magno Martins)