A Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) voltou a defender, nesta quinta-feira (28), a desativação gradativa do Complexo Prisional do Curado, durante audiência com o secretário de Justiça e Direitos Humanos Pedro Eurico. Os parlamentares presentes ao encontro referendaram proposta do promotor de execução Penal do Ministério Público do Estado de Pernambuco MPPE, Marcellus Ugiette, que sugeriu a desativação de uma das unidades do complexo, o Presídio Frei Damião de Bozanno, para a unidade Ursa 1, de Itaquitinga, que precisaria de oito meses para ser concluída.
Presentes ao encontro, ao lado da comissão de moradores do entorno do presídio, os deputados Silvio Costa Filho (PRB), Joel da Harpa (PTN), Priscila Krause (DEM) e as vereadoras Marília Arraes (PT) e Isabela de Roldão (PDT) cobraram também do secretário a abertura do diálogo com a comunidade para que se construa uma saída menos traumática para a população.
Outra demanda apresentada foi a suspensão dos efeitos do decreto que desapropria 52 casas no entorno do complexo para implantação de uma área de segurança. A sugestão ficou de ser avaliada pelo secretário e discutida em outro encontro com os representantes da comunidade, os parlamentares presentes e os representantes do Ministério Público e Defensoria Pública.Líder da Bancada de Oposição, o deputado Silvio Costa Filhou defendeu que quem está no lugar errado é o presídio, não os moradores. “A ampliação da área de segurança não vai resolver os problemas no entorno do complexo. A situação só vai ser contornada com a desativação do complexo. É preciso que o Estado tenha um plano estratégico para a desativação do presídio em médio prazo”, reforçou.
Representantes dos moradores relataram que armas e drogas continuam sendo jogadas por cima do muro e que o presídio hoje funciona como uma central de vendas de drogas e de aliciamento de menores. “Isso só vai acabar quando o presídio sair daqui”, defendeu Valdete de França, 70 anos.
Ao final do encontro, os parlamentares conseguiram que o secretário Pedro Eurico se comprometesse em só dar sequência às desapropriações das residências após o reforço da muralha do presídio, dando tempo para que sejam apresentadas e discutidas algumas alternativas para o problema. “Tanto a comunidade quanto o Governo do Estado podem contar com a Oposição para construir uma alternativa para o problema. O diálogo é a melhor forma de se sair de um impasse”, afirmou Silvio.