O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto (PTB), poderá se afastar do cargo para reassumir o mandato no Senado. A saída dele ainda está sendo avaliada, mas, ontem, Armando revelou o desejo de reforçar o time da presidente Dilma Rousseff (PT) na Casa, onde o processo de impeachment da petista terá prosseguimento a partir da aprovação na Câmara, no último domingo.
“Não tenho a menor dúvida de que o senador Douglas Cintra (suplente de Armando no Senado) vai se posicionar da mesma forma (em favor de Dilma). Agora, sou um ator político. O momento é extremamente difícil, e é nessa hora de dificuldade que precisamos ficar por perto”, observou.
Armando afirmou que a saída dele depende dos compromissos que existem na agenda do ministério para os próximos dias, inclusive viagens internacionais. “Quero ver se dá para conciliar com o cronograma do impeachment já no período de votação da admissibilidade do processo”, observou. Mesmo com o resultado adverso na Câmara, o petebista deixou transparecer a expectativa de uma possibilidade de vitória no Senado.
“Temos que trabalhar, nos articular. Mantenho a esperança de reverter esse processo. Até porque não existe crime de responsabilidade fiscal”, ponderou. Sobre a postura de deputados do PTB que votaram contra Dilma, o ministro disse que foi uma incoerência por parte de quem até pouco tempo atrás estava na base e ocupando cargos no governo.
Já o senador Fernando Bezerra (PSB) projetou um placar de 50 votos contra a presidente na Casa. “Hoje, no nosso partido temos cinco votos contra e dois a favor”, afirmou, referindo-se a Lídice da Mata (BA) e João Capiberibe (AP). Para o senador, que foi ministro da Integração Nacional no primeiro governo Dilma, os governistas devem começar as articulações a partir da instalação da comissão, “para que o procedimento seja o mais longo possível”.
Líder do governo no Senado, Humberto Costa tem, agora, uma maior responsabilidade que a de articular as forças políticas na Casa para tentar conquistar votos contra o processo de impeachment da presidente Dilma.
Ontem, o governador Paulo Câmara (PSB), ao falar sobre a votação na Câmara, garantiu que não haverá retaliação aos deputados do PSB que votaram contra o impeachment. “Fizemos apenas uma orientação à bancada, orientação para que votassem a favor do sim. Não foi fechada essa questão. Isso deve se manter para o Senado. Acho importante dentro do partido que queremos construir, ouvir todas as partes e decidir”, avaliou o socialista.(Por: Rosália Rangel-DP)