Sem registro de chuva na bacia do Capibaribe ,que alimenta a Barragem de Jucazinho, em Surubim, o manancial vem perdendo nível a cada dia. Para continuar retirando água do volume morto do reservatório, a Compesa irá realizar nova intervenção na barragem. Para isso, será necessário paralisar o Sistema Jucazinho nesta quinta-feira (14) ,a partir das 06h,por 48 horas. A previsão é que que o sistema volte a funcionar sábado (16), a partir das 06h e durante esse período será preciso suspender o abastecimento de água para as cidades de Santa Cruz do Capibaribe e Riacho das Almas, que pelo calendário vigente, os municípios deveriam receber água nessa data.
Com o Sistema Jucazinho desativado, os técnicos da Compesa irão montar uma balsa flutuante, uma estrutura que irá permitir a captação da água do ponto mais profundo da barragem. A iniciativa irá prologar a retirada de água por mais dois meses, evitando o colapso do abastecimento para 12 cidades do Agreste atendidas pelo Sistema de Jucazinho. Desde novembro do ano passado, o volume morto estava sendo explorado por meio de uma bomba instalada de forma provisória. Com a redução do nível da barragem, a bomba será remanejada para a balsa flutuante.
A estratégia da balsa flutuante será o último recurso para a exploração da água disponível da Barragem de Jucainho, um volume de 5,8 milhões de metros cúbicos de água e continuar abastecendo as 12 cidades do Sistema Jucazinho. Se não chover até março, a barragem entrará em colapso. Com a capacidade de armazenar 327 milhões de metros cúbicos, Jucazinho está hoje com apenas 1,8 % do seu volume total. Enquanto espera a chuva, a Compesa irá administrar a distribuição de água para as cidades de Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Santa Cruz do Capibaribe, Salgadinho, Surubim, Casinhas, Santa Maria do Cambucá, Vertente do Lério, Frei Miguelinho, Vertentes e Toritama com uma vazão de 250 litros de água por segundo. “Temos esperança que chova nos próximos meses e que Jucazinho consiga recuperar o seu nível para que possamos melhorar a distribuição de água nessas cidades”, apela o coordenador técnico da Gerência Regional do Alto Capibaribe, George Ramos.
A Barragem de Jucazinho vive o seu pior cenário desde a sua inauguração, em 2000. Não tem chovido o suficiente para recuperação do nível do manancial, desde 2011, reflexo de cinco anos consecutivos de seca na região. A exploração do volume morto de Jucazinho está sendo possível graças ao planejamento rigoroso e à gestão do manancial desde o início da sua operação. Foi criado um Centro de Controle Operacional (CCO) na cidade de Caruaru para acompanhar , diariamente, as condições e a operação da barragem. A Compesa adianta também que, desde 2013, a vazão e retirada da água de Jucazinho vem sendo monitoradas por hidrólogos do Banco Mundial, mediante o Programa Monitor de Secas, desenvolvidos em áreas atingidas por estiagem, como o Nordeste do Brasil e áreas do México, Estados Unidos e Espanha.