PAQUISTÃO E NÓS, HÁ ALGO EM COMUM?
Registros históricos indicam que a área do atual Paquistão foi habitada desde a época dos sumérios, 5.000 antes de Cristo, que por volta do ano 2.500, povos integrantes da civilização do Vale do Indo ocuparam o mesmo território, que no período compreendido entre os anos 321 e 185 antes de Cristo pertenceu ao poderoso Império Maurya e que integrou o Império criado pelo Xá Nader, o “Napoleão da Pérsia” entre os anos de 1.736 e 1.747.
Somente em 1.947 com a solução criada pela Liga Muçulmana e pelo Congresso Nacional Indiano para superar os conflitos entre os hindus e mulçumanos, o Paquistão foi desmembrado do território indiano, apesar da oposição de Gandhi, grande líder espiritual hindu.
Desde sua criação o país asiático nunca teve um longo período sem lutas por questões religiosas e poucas vezes experimentou um regime democrático de governo. As primeiras eleições nacionais foram realizadas em 1970, isto é, 23 anos depois da sua criação. Desde 1971, posse do primeiro ministro eleito nas primeiras eleições até os dias atuais, os períodos de instabilidade política do Paquistão ganharam dos períodos estáveis com muita sobra.
Eis que durante o regime Taliban, cuja grafia também pode ser Taleban, Talibã ou Talebã, surge a menina Malala Yousafzai para rogar o direito das meninas estudarem e/outros direitos básicos que o regime não permitia. Em função da sua luta foi baleada em 09.10.12 e salva em um Hospital de Londres.
Em 12.07.13 Malala fez um discurso na ONU onde clamou por educação gratuita para todas as crianças do mundo, ou seja, sua luta extrapolava os limites do seu amado Paquistão e entrava na esfera mundial. A ativista paquistanesa dividiu o Prêmio Nobel da Paz de 2014 com o indiano Kailash Satyarhi que, no estilo de não violência de Gandhi, liderou vários movimentos em favor das crianças.
No livro “Eu sou Malala – A história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã” traz um registro sobre um assunto que conhecemos de perto, não deve ser mera coincidência. Registra a autora: “Os políticos costumam aparecer só em época de eleição, prometendo estradas, eletricidade, água tratada e escolas, e dando dinheiro e geradores para as pessoas influentes, que chamamos de interesseiros e que devem instruir suas comunidades sobre como votar.”
Percebam caros leitores e leitoras lá como cá o método é o mesmo, inclusive, sobre o sumiço deles após os pleitos, Christina Lamb, autora da obra deixa claro que após eleitos “… não tínhamos mais notícias deles nem de suas promessas.” 2016 se aproxima será que a história será repetida?
Por: Ademar Rafael