
Neste palco verdasco, escuro arranjos!
Duma orquestra que encanta o campanário.
Tenho a clara impressão de ouvir os anjos,
Num latente teatro imaginário.
Mas não são querubins tocando banjos,
No selvático tapete solitário,
São espíritos de luz chamando arcanjos,
Para um dócil concerto relicário.
Como ser oriundo de outras vidas,
Ouço sons de sonatas emitidas,
Por arautos da crença em serenata.
Comprovando num canto de doçura,
Que a caveira é efémera, é lama pura,
Porém a alma é suprema, Deus não mata.
Diniz Vitorino.
