O Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) apresentará três trabalhos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), durante o IX Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA). O encontro acontece de segunda-feira (28/09) até a quinta-feira (1º/10), no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, no Pará.
Os temas dos trabalhos tratam sobre sementes crioulas, Programa de Aquisição de Alimentos e agricultura indígena. Os estudos são de autoria, respectivamente, dos extensionistas Pedro Balensifer; Gerlúcio Moura Bezerra de Souza, Tito Antonio Ferraz Jota, Filipe Augusto Xavier Lima e Letícia Paludo Vargas; e Mônica Nunes Gonçalves e Irenilda de Souza Lima.
Durante o Congresso, o IPA também será representado pelo extensionista Iran Neves Ordônio, na mesa redonda “Territórios Indígenas e a Agroecologia: premissas e alternativas para a sustentabilidade no contexto atual”. O debate será na terça-feira (29/09), às 8h30, no auditório Cupuaçu.
“A iniciativa busca valorizar a agricultura indígena, restabelecendo procedimentos e práticas produtivas baseadas em conhecimentos ancestrais, além de resgatar sementes tradicionais, estimulando a troca e cultivo das mesmas”, adiantou Iran, que presta assistência técnica ao Povo Xucuru de Ororubá, em Pesqueira.
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Levantamento e descrição de métodos alternativos ou naturais de conservação de sementes da agricultura familiar, no município de Garanhuns:
Visou conhecer os principais métodos alternativos ou naturais de uso e/ou conhecimento dos agricultores familiares para conservação de sementes e posterior resgate e divulgação. A pesquisa foi realizada no município de Garanhuns (PE), no início do ano de 2015, através da aplicação de entrevistas semiestruturadas com 32 famílias.
Foram identificados 19 métodos de conservação alternativa/natural de sementes, porém não sendo todos utilizados pelos agricultores. O principal método alternativo/natural utilizado atualmente é pelo uso da garrafa pet. Conclui-se que é grande a perda do conhecimento associado sobre conservação de sementes de forma alternativa ou natural, quando muitos agricultores não se utilizam mais destes métodos.
A experiência da implantação do Programa de Aquisição de Alimentos pelo IPA, em Santa Cruz da Baixa Verde:
Esse relato de experiência descreve a participação do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) na implantação e operacionalização do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), em Santa Cruz da Baixa Verde. Para isso, foi feito um resgate do histórico das principais ações e atividades desenvolvidas junto a um grupo de agricultores familiares do município, que passam por um processo de transição agroecológica, no período de julho de 2013 até junho de 2014, discutindo sobre os resultados evidenciados a partir dessa iniciativa.
Com a implantação e operacionalização do PAA, em Santa Cruz da Baixa Verde, 19 agricultores familiares em processo de transição agroecológica acessaram uma política pública que possibilita a comercialização de seus produtos, destinados principalmente para a rede socioassistencial do município, o que vem estimulando e fortalecendo a produção da agricultura familiar local. Além do mais, merece destaque, nessa experiência, a participação ativa das mulheres em todo o processo produtivo, pois elas correspondem a 84% do quadro de agricultores fornecedores.
Uma visão dos indígenas sobre sua agricultura tradicional realizada nas regiões do Agreste e Sertão de Pernambuco:
O artigo tem o objetivo de verificar como os povos indígenas, em geral, foram afetados pela sociedade, com o uso de práticas agrícolas danosas ao meio ambiente e o significado para os indígenas da agricultura tradicional e suas correlações com a natureza. O estudo foi realizado com várias etnias do Agreste e Sertão do Estado de Pernambuco, localizado no Nordeste.
Nos resultados, foi observado que os indígenas percebem a agricultura tradicional praticada em suas áreas como diferenciada da agricultura convencional, realizada por agricultores familiares. De acordo com a pesquisa, a agricultura tradicional praticada pelos índios da Região do Agreste e Sertão indica uma maior capacidade em preservar a natureza e a utilizar alimentos livres de agrotóxicos.
