Em 1986, em “debate filosófico de mesa de bar”, afirmei que meu líder político na oportunidade era Fernando Gabeira. Um experiente jurista fez a seguinte observação: “Ademar, considerando que você não é uma pessoa muito limitada quanto à informação, sugiro que leia mais sobre personalidades da atualidade e dos últimos anos na política brasileira, seu “guru” não merece este destaque todo.”.
Atendi a recomendação e descobri que o autor de “O que é isso companheiro” não estava com a bola que eu imaginava. Com o tempo fui ficando mais seletivo com relação aos líderes e as referências no mundo da política. Hoje, ao relembrar o fato, constato que as lideranças estão ficando raras. Vejamos os seguintes personagens da história recente.
Dante de Oliveira, endeusado como autor da emenda “diretas já”, transformou-se em um político comum. Pouco de valor expressivo fez em favor do Brasil, apesar de ter ocupado vários cargos na União e no seu estado de origem, Mato Grosso.
Lindbergh Farias, estrela máxima dos “caras pintadas” que movimentou o Brasil na época do afastamento do presidente Collor, impulsionado pela popularidade passou pela presidência de UNE – União Nacional dos Estudantes, Câmara Federal, prefeitura de Nova Iguaçu – RJ e Senado Federal. Fez barulho durante as privatizações do príncipe FHC e está entre os políticos investigados na operação “Lava Jato”, portanto, sem muita coisa a destacar.
Atualmente temos como estrelas máximas e candidatos a futuros líderes os senhores Renan Santos, líder do “MBL – Movimento Brasil Livre”, Marcello Reis, líder do “Revoltados Online”, Rogério Chequer, principal figura e mentor do “Vem pra Rua” e Igor Gilly, que infiltrado na comitiva de Dilma Rousseff em visita à Universidade de Stanford, nos EUA, hostilizou a presidente brasileira e teve seu vídeo entre os campeões de acesso na rede mundial dos computadores.
É possível que referidos patriotas estejam presentes nos próximos pleitos e deles saiam com expressivas votações. Uma vez eleitos é hora de apresentar as soluções ora propostas e mudar a cara do Brasil. Podem seguir as trilhas de Dante de Oliveira e Lindbergh Farias ou realizar feitos capazes de transformá-los em lideranças inspiradoras para gerações futuras.
Sempre defenderei a renovação dos quadros para cargos eletivos e/ou de confiança, a famosa “oxigenação” é um insumo de extrema importância para surgimento de novas ideias e alteração de rumos, vamos esperar para ver.
O mundo está carente de novas e confiáveis lideranças; nosso país muito mais. As mídias sociais e a grande imprensa têm “fabricado” vários candidatos a salvadores que no primeiro aperto viram “mico”. O surgimento destas lideranças fabricadas é alimentado pelo vácuo deixado pelos que exercem cargos sem honrar os compromissos e sem agir com correção.
Por: Ademar Rafael