As contas do governo registraram em julho um déficit primário (receitas menos despesas, sem contar juros da dívida pública) de R$ 7,22 bilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quinta-feira (27).
De acordo com dados oficiais, trata-se do pior resultado, para este mês, desde o início da série histórica da instituição, em 1997, ou seja, em 19 anos. Em julho do ano passado, as contas do governo haviam registrado déficit de R$ 2,21 bilhões.
Já nos sete primeiros meses deste ano, o governo informou que foi contabilizado um déficit de R$ 9,05 bilhões. Foi a primeira vez, desde o início da série histórica, em 1997, que as contas do governo tiveram resultado negativo para o período de janeiro a julho.
Em igual período do ano passado, foi registrado um superávit de R$ 15,14 bilhões, de acordo com números do Tesouro Nacional. Até então, o pior resultado para o período havia ocorrido em 1997 (superávit de R$ 3 bilhões).
Os resultados das contas públicas têm sido afetados pela redução da arrecadação federal, que registrou o pior desempenho para o período de janeiro a julho desde 2010.
As receitas foram afetadas pelo baixo nível de atividade econômica e, também, pela desonerações de tributos efetuadas nos últimos anos justamente para tentar estimular o Produto Interno Bruto (PIB) – que não foram totalmente revertidas pelo governo federal.
Receitas, despesas e investimentos
As receitas totais subiram 4,3% nos sete primeiros meses ano (em termos nominais, sem descontar a inflação), contra o mesmo período do ano passado, para R$ 733 bilhões. O aumento das receitas foi de R$ 30,4 bilhões sobre o mesmo período do ano passado.
Ao mesmo tempo, as despesas totais subiram o dobro nos sete primeiros meses deste ano (ainda em termos nominais): 8,7%, para R$ 613 bilhões. Neste caso, o aumento foi de R$ 49,2 bilhões. Os gastos somente de custeio, por sua vez, avançaram 14,5% na parcial deste ano, para R$ 139 bilhões – um aumento de R$ 17,68 bilhões.
Já no caso dos investimentos, porém, houve forte redução de gastos. As despesas com investimentos caíram 31,4% nos sete primeiros meses deste ano, para R$ 32,26 bilhões. A queda frente ao mesmo período de 2014 foi de R$ 14,78 bilhões, de acordo com o Tesouro.