O atraso de três meses seguidos no repasse das verbas do Governo de Pernambuco para o funcionamento do Programa Universidade para Todos (Proupe) vem prejudicando as autarquias municipais do Estado. Algumas delas já não têm condições de pagar a folha e os servidores estariam com os salários atrasados, segundo o presidente da Facape e vice-presidente da Associação das Instituições de Ensino Superior de Pernambuco (Assiespe), Rinaldo Remígio (foto).
Ao todo, o débito é de quase R$ 6 milhões. Em Petrolina, a Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais (Facape) também amarga os prejuízos: o repasse mensal é de R$ 159 mil e o atraso, assim como nas demais 12 autarquias, já dura três meses (maio, junho e julho). O débito total do Estado com a Facape chega a R$ 477 mil. De acordo com o professor Remígio, há inclusive a possibilidade do programa não abrir novas vagas neste segundo semestre.
“No período em que Eduardo Campos era governador, recebíamos esse dinheiro sem atrasos. Na gestão de João Lyra, o valor era depositado até mesmo antes da data. Hoje estamos aguardando esse recurso há três meses e é provável que a Secretaria de Ciência e Tecnologia não abra novas vagas neste segundo semestre, deixando muitos estudantes que necessitam sem a oportunidade de ingressar no Ensino Superior”, disse.
O professor ainda chama a atenção dos parlamentares em busca de diálogo junto ao governador Paulo Câmara. “Os gestores de todas as autarquias municipais estão mobilizados em busca de uma solução. Algumas instituições dependem diretamente desse recurso e já não têm como arcar com as despesas. É preciso que nossos deputados e também o senador comprem essa luta. Precisamos nos mobilizar em busca de melhorias e para o fortalecimento do Ensino Superior no interior do Estado”, pontuou.