Exatamente 12221 dias depois estou retornando à terra que deixei no dia 19.01.1982 para correr o mundo em busca de sonhos, trabalhos, amigos, família época que pude deparar-me com outros adereços jogados no matulão, alguns deles contra vontade. O mundo ensina e cobra alto.
Com limitações, boa dose de coragem e apoio de amigos, familiares e colegas de trabalho consigo ver que a trajetória passada teve mais acertos que erros. Esforcei-me pouco para desconstruir os rótulos de “grosseiro”, “mal humorado”, “radical” e “comunista”. De certa forma eles afastaram aproveitadores.
Tenho plena convicção que não utilizei ninguém como batente para ser promovido e não permiti ser usado como escada para os outros. Sempre defendi a justiça e a verdade como parâmetros inarredáveis na convivência social e no mundo dos negócios. Isto custou muito caro algumas vezes.
Entre os afagos hipócritas, valorizações temporárias e meus valores morais preferi, em todos os momentos, os últimos. Se houve uma coisa que nunca negociei foram minhas escolhas éticas. Isto, contudo, nunca permitiu que assumisse a condição de senhor da verdade.
O açodamento e os excessos do início da carreira foram substituídos pela prudência. A rotina das transferências deram-me uma visibilidade que a permanência numa mesma região e mesma atividade negaria. A coerência, a humildade e os estudos foram fortalecidos por princípios do Rotary e da Maçonaria e transformaram-se nos principais pilares da minha vida profissional.
Ao sair do Banco do Brasil em março de 2007 até o dia 03.07.15 desempenhei vários papéis no primeiro, segundo e terceiro setores da economia. Dediquei para cada missão recebida toda energia disponível. O insucesso e o sucesso caminharam juntos, utilizei aprendizados com o primeiro como alavancas para alcançar o segundo. Serviços bancários, metalurgia, saúde, educação, finanças
públicas, estudos de cenários e contabilidade foram áreas que atuei aplicando os métodos e conceitos que entendia com válidos.
As atividades em sala de aula, como professor ou como aluno, foram as mais gratificantes e as gestões no âmbito do voluntariado deram-me muita paz interior. As marcas positivas deixadas pelo caminho foram cunhadas com muita ajuda dos colegas de trabalho, incentivei e cobrei a participação coletiva. Provei que carreira solo tem prazo curto e que a união de forças produz resultados duradouros.
O segundo semestre de 2015 dedicarei ao ócio, em 2016 não sei o que virá. A única certeza é que ainda tenho muito para aprender e aplicar em favor das causas que acredito. Deus, como sempre, guiará a trajetória futura.
Por: Ademar Rafael