A estudante de direito Vaniela Oliveira Varela vai ser indiciada por falsificação de documento. O inquérito policial que investigou o desaparecimento da universitária descobriu que a jovem de 25 anos usou uma identidade falsa com o nome de outra pessoa durante os quatro dias em que não manteve contato com a família.
Segundo a delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Gleide Ângelo (foto), responsável pelo caso, ela não será detida. “Vaniela não procurou a polícia, não sabia da repercussão do caso. Com essa conduta, ela infringiu a lei e, por conta dessa falsificação de documento público, vai ser indiciada e vamos encaminhar o caso para a justiça. Ela não preenche nenhum requisito para ser presa: estuda, é esforçada, sempre batalhou na vida. Tudo isso vai ser alegado no inquérito e ela vai responder em liberdade”, explicou a delegada.
Ainda segundo a polícia, na quarta-feira da semana passada, Vaniela saiu do Fórum de Jaboatão dos Guararapes, pegou um ônibus para o Barro, entrou no metrô e depois foi para o Terminal Integrado de Passageiros (TIP). De lá, a estudante teria seguido de ônibus para João Pessoa, ficando hospedada em uma pousada na praia de Tambau.
De acordo com a delegada, Vaniela dizia que não queria ser encontrada e que estaria passando por uma situação de pressão. A universitária contou que, no ano passado, encontrou um documento de identidade no centro do Recife. Segundo ela, a intenção inicial seria entregá-lo na agência dos Correios, mas ela teria se esquecido. Na quarta-feira, Vaniela teria encontrado a identidade dentro do caderno e colou sua foto, resolvendo utilizá-la para comprar a passagem e se hospedar.
“Ela disse que estava passando por problemas pessoais, familiares, psicológicos. Que tinha acordado com uma vontade de desaparecer. Quando saiu do fórum, atravessou a BR e veio a ideia. Disse que escolheu João Pessoa porque foi o único lugar que foi na vida, por três vezes. Escolheu a pousada pelo preço de R$50 e passava o dia inteiro no quarto, saindo apenas à noite, para andar na areia. Com saudade da avó e peso na consciência, resolveu fazer exatamente o caminho de volta até chegar a BR, onde ficou chorando e uma pessoa a viu”, detalhou a delegada. (Diário de Pernambuco)