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VALCKE SERIA RESPONSÁVEL POR PASSAR US$ 10 MI PARA WARNER, DIZ NY TIMES

valcke-doha-ap2Segundo o jornal americano “New York Times”, autoridades federais acreditam que o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, foi o responsável por transferir os US$ 10 milhões de propina para contas bancárias controladas por Jack Warner, ex-presidente da Concacaf. O pagamento é considerado um ponto importante na acusação de que Warner aceitou suborno em troca de ajuda para garantir a eleição da África do Sul como sede da Copa do Mundo de 2010.

A investigação americana não diz que Valcke, que seria “o membro do alto escalão da Fifa”, sabia que o dinheiro seria utilizado como suborno. O dirigente também não é identificado no relatório do Departamento de Justiça dos Estados Unidos como sendo o “coconspirador 15”, que seria um membro do alto escalão da candidatura sul-africana e responsável por entregar a mala contendo os US$ 10 milhões para o “coconspirador 14”, familiar de Warner que negociou amistosos de equipes da Concacaf na África do Sul.

Num breve e-mail em resposta ao “New York Times”, Valcke disse que não autorizou pagamento nenhum e nem tinha poder para isso.

Em maio de 2004, às vésperas da eleição, Warner e o “coconspirador 1”, que seria o ex-secretário-geral da Concacaf, Chuck Blazer, viajaram ao Marrocos, que também pleiteava sediar o Mundial de 2010. Lá, um representante da candidatura marroquina teria oferecido US$ 1 milhão a Warner.

Foi então, de acordo com o documento, que Blazer tomou ciência de que Warner tinha uma oferta, de US$ 10 milhões, saída do governo da África do Sul, do comitê sul-africano e do alto escalão da própria Fifa, para que a CFU (União Caribenha de Futebol) votasse no país como sede da Copa. O dinheiro seria dividido entre Warner, Blazer e o “coconspirador 17”. Os dois últimos receberiam US$ 1 milhão cada.

Vencida a disputa, o governo sul-africano, diz o documento, não encontrou meios de enviar o dinheiro prometido. A grana teve que partir da Fifa, de recursos que seriam usados no Mundial, para contas da CFU. O dinheiro partiu em três lotes, saídos de uma conta na Suíça para um banco nos Estados Unidos: US$ 616.000 em 2 de janeiro de 2008, US$ 1.600.000 em 31 de janeiro de 2008 e US$ 7.784.000 em 7 de março de 2008. As contas que receberam o dinheiro eram da Concacaf e da CFU. Era Jack Warner o responsável por elas, via Republic Bank, em Trinidad e Tobago.

A investigação aponta que Warner começou a mexer no dinheiro tão logo ele caiu na conta. Em 9 de janeiro, ele teria transferido US$ 200 mil para uma conta pessoal. Em seguida, teria repassado US$ 1,4 milhão para empresários trinitinos. Semanas depois, o mesmo valor caiu em uma conta controlada por Warner.

O documento mostra que Warner, nos anos posteriores à escolha, repassou US$ 750.000, em três parcelas, ao “coconspirador 1”, que seria Blazer.


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