Sobre a “COLUNA DA ESPERANÇA” o poeta disse: (Década de Oitenta)
Se quem hoje conhece a dor latina,
Do extremo do Chile ao Panamá,
Ou as balas proféticas de Arafat,
Nos caminhos de volta a Palestina,
Ou conhece a guerrilha filipina,
Que não quis aceitar falsa fortuna,
Ou o índio de arco e do borduna,
Rechaçando o maldito explorador,
É que pode entender alma e amor,
Dos barbudos guerreiros da coluna.
Era um tempo maldito e deletério,
De regime no pleno feudalismo,
O país no presidencialismo,
Se regendo por normas do império,
Quem queria fazer um Brasil sério,
Não podia assistir acomodado,
O futuro escanchado no passado,
O presente perdido sem futuro,
O papel da ternura era tão duro,
Que o amor precisava andar armado.
Crispiniano Neto.