O mais jovem poeta a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, premiado pelo poema Navio Negreiros, mostrou a figura do negro como um leão forte e o colocou como ator principal em sua obra. Castro Alves deu ao romantismo um sentimento revolucionário. Num dos trechos escreveu: “ Dizei-me vós, Senhor Deus! / Se é loucura… se é verdade / Tanto horror perante os céus?! / Ó mar, por que não apagas / Co’a esponja de tuas vagas / De teu manto este borrão?… / Astros! noites! tempestades! / Rolai das imensidades! / Varrei os mares, tufão! “
As guerras existem por diversos motivos, porém as disputas mais cruéis, desumanas e vergonhosas são as de caráter étnico.
A Guerra Civil Americana foi uma das maiores decepções para a história da terra do Tio Sam. Estados do lado norte defendiam o trabalho livre e assalariado, enquanto a região sul desejava manter os escravos em suas fazendas e negócios. Muitas vidas tombaram ao ponto do presidente Abraham Lincoln, que levantava a bandeira de igualdade para todos, batizar seu país de “Casa Dividida”.
No Brasil, Ganga Zumba e Zumbi no início do século XVII, mostraram muita coragem na luta pela liberdade dos negros, construíram o Quilombo dos Palmares, base de apoio para os escravos fugitivos. Mais tarde vieram as Leis que flexibilizaram essa situação até que em 13 de maio de 1888 foi assinada definitivamente o fim da escravidão no Brasil.
Gostaríamos de homenagear esses valentes irmãos lembrando nomes como Martin Luther King, prêmio Nobel da Paz em 1964; Pelé, considerado o atleta do século e o maior jogador de todos os tempos; Barack Obama que além de presidente dos EUA ganhou o prêmio Nobel da Paz em 2009; Machado de Assis, primeiro presidente da Academia Brasileiras de Letras; Nelson Mandela que após ficar 27 anos preso por crime que nunca cometeu, foi eleito presidente da África do Sul e também recebeu o Nobel da Paz em 1993; e, recentemente o país assistiu com orgulho o posicionamento do ministro Joaquim Barbosa nas sentenças que expediu contra altas autoridades do governo em casos de corrupção. O que existe em comum nesse seleto grupo não é apenas a raça a que pertencem mas o caráter e a decência de quem, verdadeiramente, respeita os direitos humanos.
O preconceito racial só existe para os míopes que sequer enxergam o caminho que ainda tem que percorrer nessa sinuosa e enigmática estrada da vida.
Carlos Moura Gomes – Afogados da Ingazeira/PE
Maio/2015