A bancada federal do PTB na Câmara dos Deputados reuniu-se, na noite da terça-feira (7), em Brasília, com a cúpula nacional do partido para discutir a possibilidade de fusão da legenda com o DEM. Na reunião, de acordo com o deputado federal Jorge Côrte Real, os parlamentares pediram que as negociações entre as agremiações partidárias se estendam até o mês de setembro. Esse seria, segundo Côrte Real, um prazo adequado para consultar as bases e a militância do PTB sobre o assunto.
“O período até setembro é para que as nossa bases sejam ouvidas. Não somos um partido só da cúpula. Nós, deputados federais, entramos na negociação agora”, frisou Côrte Real. Na próxima segunda-feira (13), os parlamentares federais de Pernambuco terão um encontro com a direção estadual para debater a fusão.
O pernambucano afirmou que entre os itens determinados na reunião, os deputados não querem abrir mão da nomenclatura PTB e também de seu número, o 14. Esse último ponto tende a criar uma divergência, haja vista que, nas negociações entre os dois partidos, há a possibilidade de o PTB passar a adotar o número 25, atualmente o do DEM.
Jorge Côrte Real também cravou que, mesmo que a fusão se concretize, os parlamentares de Pernambuco não deverão deixar a legenda e migrar para outra agremiação. “Os deputados de Pernambuco não estão cogitando deixar o partido. Temos uma bancada federal com quatro deputados, um senador, um ministro, seis deputados estaduais, mais de 20 prefeitos e dezenas de vereadores no Estado. Nós temos um trabalho de mais de 15 anos. O PTB é uma grife, tem um número respeitado. É o segundo partido mais respeitado em Pernambuco e somos conhecidos em todo o Estado. Não é justo a gente deixar sem dono um legado que construímos ao longo desse período”, afirmou.
Côrte Real acredita que haverá dificuldade na fusão entre os partidos, tendo em vista às últimas declarações de lideranças democratas. “Se fosse para fortalecer o partido eu até seria a favor. Mas pelas declarações que a gente está vendo… Eles não vão mudar as suas convicções partidárias e políticas. Fica muito estranho um partido dividido. Vão ser duas lideranças na mesma Casa? Dois posicionamentos no mesmo estado?”, indagou.