A instrutora de Língua Brasileira de Sinais – Libras, Sandra Pereira (27), disse que o Carnaval desse ano ficará marcado em sua vida. Ela e o marido são surdos e foram beneficiados pelo Camarote da Acessibilidade, promovido pela Prefeitura de Salgueiro, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social.
Brincando com o casal, estava a filhinha, Dviannya, que, com apenas três anos, e apesar de ouvir perfeitamente, se comunica com os pais pela linguagem de sinais.
Sandra trabalha na Escola Estadual Maurina Rodrigues e disse ter se emocionado ao entrar em contato com a estrutura de onze metros de frente e cinco de fundo, com uma capacidade para setenta pessoas circularem livremente sem nenhum obstáculo.
Apesar de ser intérprete, ela participava do projeto na condição exclusiva de foliã, alegre por ter encontrado outros surdos e pessoas com algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida.
Assim como Sandra e sua família, os demais contemplados pela iniciativa tinham a sua disposição um mapa tátil do espaço, rampa e corrimão de acesso, piso tátil emborrachado com alerta nas extremidades, banheiros químicos adaptados e sala de apoio para higiene e cateterismo, além de uma equipe formada por intérpretes de Libras e profissionais capacitados para dar suporte à locomoção dos participantes.
“Achei bonito. Bem diferente e colorido. A Prefeitura caprichou. Se não houvesse esse camarote, como nós iríamos brincar?”, questionou a servidora pública estadual. “Quero vir, sempre, todos os anos. Meu marido e minha filha, estamos todos muito felizes”, completou.
A secretária de Desenvolvimento Social, Eliane Alves, explicou que o projeto está sendo realizado pela segunda vez. A edição de estreia aconteceu nas festas juninas de 2014. “É uma ação inclusiva no que garante acesso com segurança e autonomia a uma festa tradicional que é o Carnaval de Salgueiro”, disse.
O momento foi escolhido para homenagear a estudante de 21 anos, Mayara Monique da Silva Brito, deficiente múltipla, uma das participantes do camarote junino, falecida em junho do ano passado, de causas naturais. “Ainda, na lembrança da alegria de Mayara, decidimos homenageá-la. A animação que ela levou ao espaço, no São João, vale a pena trazer para esse Carnaval”, justificou Eliane.