Carnaval é sempre a grande festa da eterna fantasia. Crianças vestidas de super-heróis que se eternizam na literatura e desenhos animados. Todas dançando contentes ao lado dos pais e colegas. Elas pulam, gritam, cantam e se agitam com vontade de não sair mais do corredor da folia. Nos últimos anos tem sido assim para essa turminha no Melhor Carnaval do Sertão, organizado pela Prefeitura de Salgueiro em parceria com o Governo do Estado. E só aumenta o público de foliões nas matinês, incluindo adultos querendo voltar a ser criança na festa da garotada. Mais uma vez o palco da bomba, como dizem os jovens, ‘bombou’ com o show da Barca Maluka, tradicional banda de Olinda que transforma a folia da gurizada num paraíso de carnaval.
Quem marcou presença no polo da Bomba, na tarde do sábado, saiu dali já pelas 21 h extasiados de tanta alegria. A banda é formada por músicos vestidos com fantasias de bichos de pelúcia que tocam, dançam e interagem com o público. Urso, cachorro, gorila, sapo, abelha, boneca, pinto e pato… eles também se deleitam com o público. O comando da festa fica com a cantora que se veste de boneca de pano e chama-se Lukinha. Ao longo da folia, ela costura um repertório de músicas carnavalescas que todos cantam em refrão.
São clássicos de carnavais e outras que atravessam décadas no repertório das festas infantis. O frevo tradicional e as marchinhas abrem a festa com Hino de Pernambuco, Vassourinhas, Polichinelo e Ai que calor. Logo os ritmos baianos se aproximam e ai o público vai ao delírio, de Lepo Lepo a Dançando. Os refrões que os adultos também gritam trazem de volta os anos 80 com Superfantástico, Brincar de índio e Ilariê da era Xuxa. Até o Erguei as Mãos, que virou hit do Padre Marcelo, se traduz em carnaval.
“Salgueiro é um dos mais animados públicos do interior. Nunca vi tanta sintonia com nosso show quando todos cantam juntos com euforia. Isso é uma festa absoluta de crianças. Já estamos familiarizados”, diz a cantora-boneca Lukinha. Lá pelo final do show a banda faz brincadeira e convoca alguns pais e filhos pro palco. Eles sobem com o sorriso largo no rosto e entram no clima do improviso: dançam, se agacham, levantam os braços para o alto seguindo o que manda a boneca e pano.
O enfermeiro Paulo Cesar Barros, foi um dos que subiu ao palco com a filha e se esbaldou na brincadeira. “Cheguei a poucas horas de Petrolina e vim direito para o show da Barca. De repente somos chamado pro palco para fazer a festa com a banda. Isso é bom é interação e as crianças adoram”, comentou.
No meio do público crianças de todas as idades entram no clima com os pais ou amiguinho. O estudante Hugo Carrero, 20, marcou presença com a esposa e o filho de um ano e sete meses fantasiado de Bambam ( personagem dos Flistones). “Carnaval só tem uma vez por ano. Não podemos perder a alegria e é importante repassar isso para as crianças. Com ou sem fantasia, vale tudo na festa, as músicas, a alegria e as brincadeiras principalmente nesse show infanto-juvenil que mexe com os adultos”, argumentou. Até terça-feira terá matinês todas as tardes para as crianças com orquestras da terra.