A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (28), durante discurso na abertura da III Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em San José, na Costa Rica, que foi de “transcendência histórica” o restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba.
Mas classificou de “medida coercitiva” a persistência do embargo econômico dos EUA e defendeu que seja “superada”. O presidente de Cuba, Raúl Castro, estava presente. Ele e Dilma se cumprimentaram antes do início da cerimônia de abertura.
“Começa a se retirar da cena latino-americana e caribenha o último resquício da Guerra Fria em nossa região. Não tenho dúvidas de que a Celac tem sido um catalisador desse processo. Foram necessários coragem e sentido de responsabilidade histórica por parte dos presidentes Raúl Castro e Barack Obama, para dar esse importante passo”, declarou Dilma no discurso.
Dilma afirmou que os dois chefes de estado merecem reconhecimento, mas lembrou que o embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba permanece. “Essa medida coercitiva, sem amparo no direito internacional, que afeta o bem-estar do povo cubano e prejudica o desenvolvimento do país deve, tenho certeza, do ponto de vista de todos os países aqui representados, ser superada”, completou.
A presidente também defendeu que os países da região estimulem o crescimento do comércio dentro da região. No discurso, ela afirmou que, segundo a Organização Mundial, o aumento do comércio internacional caiu de 2,8% em 2010 para 2,5 em 2013. Também citou a dificuldade de recuperação do comércio internacional devido a fragilidades no desemprenho das economias norte-americana, europeia e japonesa.
Por isso, segundo ela, a situação da economia mundial vai exigir “cautela e esforço dos países da América Latina e do Caribe para estimular a competitividade de suas economias”.
Dilma propôs aos presidentes da cúpula a criação de um fórum empresarial entre os países da América Latica e do Caribe, com representantes de governos e empresas. “Seu objetivo será desenvolver o comércio, aproveitar as oportunidades diversificadas que nossas economias oferecem e estimular, quando possível, a integração produtiva no espaço Celac, promovendo nossas relações com o resto do mundo”, disse.
A participação na cúpula na Costa Rica é a segunda viagem internacional da presidente desde que iniciou o segundo mandato. Na semana passada, ela esteve em La Paz, na Bolívia, para as cerimônias de posse do presidente Evo Morales.