Neste mês (01.2015) a cidade Rio de Janeiro comemora quatrocentos e cinquenta anos. Esta crônica poderia ser sobre tal aniversário, mas, casos recentemente acontecidos nos levaram para outra direção.
No dia 23.12.2014 desembarquei na cidade maravilhosa com minha esposa e meu filho. Ficamos hospedados no centro da cidade para facilitar o trajeto até a rodoviária onde pagaríamos ônibus para Angra dos Reis.
Como de costume pedimos aos funcionários do hotel que solicitassem um táxi. Ai começa o dilema quando era indicado o destino o taxista arrancava pela Avenida Senador Dantas como que soubesse que os passageiros eram portadores do vírus ebola. Depois de muita luta um taxista parou e condicionou: “Custará trinta reais”. Eu mandei encostar uma vez que o horário de saída ônibus estava se aproximando.
Ao chegarmos o motorista perguntou se estávamos de mudança em virtude do número de malas, mesmo não havendo exagero, afinal três malas para três passageiros não é excesso. No trajeto o taxista reclamou dos motoqueiros, dos guardas municipais e das obras no entrono da rodoviária e nos deixou na ala oposta a plataforma de embarque. Na saída meu filho verificou que o taxímetro registrava quatorze reais.
Minha filha que desembarcou na capital dos cariocas na manhã do dia 24.12.2014 teve pior sorte. Ao solicitar um táxi no interior do aeroporto Santos Dumont com destino à rodoviária foi informada que custaria oitenta e nove reais, foi até a plataforma externa e os taxistas informaram que a corrida seria noventa reais. Por segurança optou pelos táxis oficiais.
Ao entrar no veículo perguntou: “Moço uma corrida desta, em condições normais dar quanto no taxímetro?”. O profissional respondeu: “Em torno de quinze reais”. Ela replicou: “Coitados dos gringos”. Respondeu o taxista: “Os gringos estão mais sabidos que os brasileiros”. Ela optou pelo silêncio.
Alegando os transtornos das obras na região portuária o taxista deixou-a também do lado oposto ao embarque, isto é, pagamos acima da tabela e ficamos em plataforma do lado oeste quando deveríamos ficar na parte leste.
Fica a indagação: Se na cidade com maior fluxo de turistas internos e externos do nosso país os visitantes são assim tratados, onde vamos parar? Resta-nos torcer para que um taxista “do bem” cruze nosso caminho, a legião dos bons e honestos profissionais supera os demasiadamente espertos.
O comportamento de operadores do sistema de táxi no Rio de Janeiro incentivou a grafia do título desta crônica com o “$” em lugar do “S”. Para eles o dinheiro está acima do serviços que deveriam prestar.
Por: Ademar Rafael