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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ademarATÉ QUANDO?

Sempre que são realizadas as provas dos famigerados ENADE – Exame Nacional de Desempenho de Estudantes e ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio é o mesmo “lengalenga”.

São questões burramente respondidas, quesitos e mais quesitos anulados pela indústria de cursinhos e vazamento de temas de redação, gabaritos e outros. Um dia entenderei porque o Ministério da Educação continua insistindo em “coisas” tão manipuláveis como os “exames” em questão.

As faculdades e as universidades brasileiras buscam de forma “criminosa” estimular seus alunos a demonstrarem, durante as provas do ENADE, uma capacidade que não têm. São cursinhos, atividades de nivelamento, seminários e outros mecanismos para tentar fazer o que deveria ter sido feito durante os cursos: Formar bons profissionais.

Para alcançar a nota CINCO vale tudo e muito mais. Ao ser publicado o edital com as regras a “corrida maluca” é iniciada. As gráficas imprimem provas anteriores, provas com similaridades extraídas de concursos públicos, apostilas, simulados e outras ferramentas. A ordem geral é: Decore e faça uma boa prova, sua instituição de ensino deve ficar bem na foto.

A compensação vem de vários formatos. São prêmios, notas adicionais em provas regulares, viagens, descontos em mensalidades. A criatividade não tem limite. O Ministério da Educação tudo sabe e nada faz para impedir.

No caso do ENEM o estrago é maior. O certame é a porta de entrada para grande número de faculdades e universidades brasileiras e é pré-requisito para adesão a programas do governo dentro e fora do país.

Já fomos classificados para ingressar em cursos superiores pelos “vestibulares unificados”, provas regionalizadas, vestibulares autônomos da cada instituição e outros modelos. Hoje o ENEM dar as cartas.

Nos grandes centros os cursinhos jogam os estudantes em programas de imersão, com cem, duzentos alunos aglomerados em espaços que cabem menos da metade e tome “lavagem cerebral”, tome conteúdos de origem duvidosa. A receita é: Seja gênio somente no dia da prova, depois é empurrar o curso com a barriga e fazer um nivelamento para o ENADE.

Nada disto invalida o ingresso dos bons alunos, aqueles que se prepararam, em cursinhos sérios, por meio de metodologias testadas, contudo joga no mesmo ambiente alunos preparados e alunos que decoraram um conteúdo para passar em um certame manipulável. Vamos incentivar os cursinhos com sentido de missão que buscam formação e não apenas aprovar uma legião de analfabetos funcionais, gênios da decoreba.

Por: Ademar Rafael


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